domingo, 20 de dezembro de 2015

Livre de controle


Por algum motivo algumas pessoas necessitam de controle, inconscientemente ou de caso pensado, para elas manter o controle sobre as pessoas demonstra algum tipo de força. Saber os passos de uma pessoa antecipadamente, observar sua forma de agir, mudar seus próprios comportamentos na tentativa de confundir o alvo e é claro colocar as crenças do outro em dúvida.

É importante observar o incômodo que esse tipo de comportamento nos traz. Sensação de aprisionamento, não saber ao certo diferenciar as ações do outro das sensações que elas te trazem, achar que sempre está imaginando coisas e quando finalmente decidir dividir isso com alguém a pessoa provavelmente confirmará que você está fantasiando. As atitudes são veladas e bem executadas, quase nunca abrirão margem para que terceiros entendam o que está acontecendo, portanto a opinião de outros sempre que possível deve ser evitada.

Fazer-se de vítima, ser agressiva, colocar as pessoas contra você, mudar de atitudes, desprezar seus comportamentos e em outras ocasiões imitá-los... Enfim, tudo funciona como meio para desorientar o alvo. Não há mistério no lidar com esse tipo de pessoa, estar com as suas convicções, o seu "eu" fortificado, saber diferenciar a pessoa que você é da pessoa que o outro quer que tanto você quanto os outros acreditem que seja, buscar meios de confirmação em você mesmo, repensar suas ações e observar se o que te fazem sentir é realmente o que vem de suas atitudes ou da atitude de outra pessoa, e, é claro que tudo se firmará mais rápido com a ajuda de um profissional.

Seja imprevisível, além de se tornar uma pessoa interessante, não deixará que ninguém consiga mapear seu comportamento, não haja de acordo com o que querem de você, confie na sua intuição, acredite nas sensações que vem de dentro, não se arme de revoltas e incompreensão, siga sua vida fazendo o que gosta, com quem gosta e de acordo com o que deseja no momento. Priorize as coisas que te deixam bem e que te trarão benefícios futuros, não tenha medo de quebrar laços que tendem a te puxar para trás.

Não entre nas armadilhas do outro, controle sua vida e não se deixe ser perturbado por terceiros. As opiniões de outros embora sejam sobre você não te dizem respeito, você somente tem que lidar com o que acha de si mesmo, os outros é que aprendam a lidar com a imagem que fizeram de você. Deixe que eles tentem, mudem de tática e se descabelem, viver a sua vida é sempre a melhor escolha em qualquer situação.



Andréia Ribeiro Lemos 

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Excesso de admiração



Enquanto vivermos é natural que busquemos moldes, alguém em quem nos espelhar. Seja como pessoa, profissional, um ideal de beleza ou qualquer outra característica. Durante a nossa vida vamos idealizando nossas metas e tentando igualar nossos feitos com o de alguém que admiramos. Pois bem, essa admiração quando bem administrada nos impulsiona e faz com que busquemos o que queremos. Quando mal administrada, beira a inveja e nos aprisiona em um ideal que não é o nosso.

Quantas vezes você já se viu prestes a fazer uma coisa que não tem absolutamente nada a ver com você, e quantas vezes você chegou a fazer, simplesmente porque alguém que você admira ou que é admirado pelas pessoas ao seu redor faz? As pessoas, como todos estão cansados de saber, são diferentes, e mesmo assim todos teimam em seguir um padrão, e realmente já temos um padrão bem estabelecido na sociedade, o padrão das pessoas infelizes.

Quando admiramos alguém e o temos como espelho, como objetivo de onde gostaríamos de chegar e buscamos não o caminho dele mas o nosso próprio caminho para alcançar o lugar que almejamos, estamos buscando o nosso ideal. Não existe lugar onde pessoas nunca estiveram, tem muita gente no lugar que você quer ocupar e você só está tentando fazer parte disto. Quando simplesmente desejamos o sucesso do outro porque não suportamos ouvir o quanto a pessoa é boa no que faz, porque não queremos que outra pessoa seja admirada além de nós mesmos ou simplesmente porque o que o outro faz, te deixa com sentimentos de inferioridade, eu não estou admirando, estou com inveja.

A inveja é extremamente autodestrutiva, ela te paralisa na vida de outra pessoa e se for uma pessoa próxima ela provavelmente se afastará de você, te faz fazer coisas que dizem respeito ao que outra pessoa gosta e você não se dá conta que pra você aquilo não faz o menor sentido, te faz querer ver a pessoa diminuída, você perde tempo da sua vida tentando destruir algo que não te pertence e que talvez nunca chegue a pertencer.

A razão pela qual algumas pessoas vivem de forma leve e feliz mesmo não tendo muita coisa é porque elas sabem exatamente quem são e não precisam se comparar a ninguém e nem invejar a vida de ninguém, pois sabem que a vida que vivem é a que condiz com as coisas que gosta de fazer e com a pessoa que é. Pessoas invejosas mesmo quando possuem tudo, estão sempre achando que o outro tem mais e que merece o que o outro tem mais do que ele. Agridem, agem de maneira velada, disfarçam a inveja alegando admiração e não perdem uma oportunidade de falar mal de alguém, para que as pessoas vejam o quanto ela é melhor.

Aprenda a se defender e a identificar essas pessoas, pense pelo lado bom, se o que você faz fosse ruim ninguém ia querer imitar. E quanto as invejosas, um dia vocês vão perceber que tudo que fizeram foi uma baita perda de tempo.



Andréia Ribeiro Lemos

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

"A melhor coisa do mundo é saber ser você mesmo." Montaigne



Sabe aquele dia em que você acorda com preguiça do que está ao seu redor? É quando você repara que pessoas interessantes, diferentes e de opinião são excluídas e consideradas estranhas por que não se encaixam na mesmice propagada e vivida pela maioria das pessoas. Cada dia que passa fica mais difícil separar o que é coletivo do que é individual. A individualidade incomoda, sair do casual incomoda, ter coragem para ir atrás do que se quer, incomoda, viver por um ideal incomoda, resumindo... Ser uma pessoa de verdade, incomoda!

Quanto mais você se destaca, quanto mais perto de alcançar o seu objetivo você estiver, mais ataques você sofrerá. Exclusão, fofoca, críticas depreciativas, desqualificação e tudo o que puderem fazer na tentativa de que você adote a forma robotizada e determinada em que a maioria das pessoas vivem, eles irão fazer. Não se engane, eles vão te fazer questionar a sua forma de vida sim! O padrão social e familiar a que todos estamos inseridos sempre exigirá, mesmo que de forma velada, que você continue e passe para a próxima geração os costumes já inseridos. Ser a exceção a regra não é fácil.

Ser firme nas suas decisões, seguir suas convicções e sempre continuar, trave uma luta diária contra o que é determinado, ninguém é obrigado a absolutamente nada. Embora a vontade de lutar pelo o que se quer seja mais forte do que o medo de não conseguir e do que a opinião de quem não respeita suas decisões, ninguém está livre do sofrimento. O medo  faz sofrer, opiniões desnecessárias fazem sofrer, a falta de apoio também faz sofrer e tudo o que esperamos vir do ambiente externo que não obtemos da forma como esperávamos faz sofrer. 

A angústia causada pela dúvida que a sociedade deposita em quem não foi feito para simplesmente repetir padrões, funciona da maneira que você escolher que ela funcionará. Não se deixe paralisar, não mude a direção da sua vida, a menos que você decida que tal coisa não te faz bem e que para o seu crescimento será necessário mudar o caminho. Tudo depende da forma como você encara. É observar, observe as críticas e aprenda a distinguir o que realmente deve ser repensado e o que não passa de pura maldade ou falta do que fazer.

Não perca tempo retrucando ofensas, recomponha-se e continue o seu trajeto. Acredite no que faz sentido pra você e cerque-se de quem respeita suas escolhas e decisões. E é claro, continue incomodando quem não tem coragem de viver de forma honesta consigo mesmo e acha que ninguém mais pode ser feliz fazendo simplesmente o que deseja fazer.


Andréia Ribeiro Lemos

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Eterno Doar-se



Antes de mais nada, não me refiro a caridade. Doar significa transferir ao outro, transferir algo que você tem a oferecer. Quando procuramos o significado de tal palavra, na maioria dos dicionários a palavra "doar" se refere a transferência de algo bom, porém quando se trata das pessoas e das relações em que estas estão inseridas, doar-se refere-se simplesmente ao que uma pessoa tem para oferecer, sendo bom ou ruim.

Por quantas vezes você já se sentiu injustiçado dentro de uma relação? Seja esta relação uma relação familiar, de amizade ou amorosa, o que vem do outro é puramente o que ele tem. Nem todas as pessoas estão preocupadas com a forma como tratam o próximo, usam sua história e suas cicatrizes como desculpa, como justificativa para destratarem as pessoas com quem convivem. Mas veja bem, ninguém é obrigado a aceitar.

Há sempre dentro das relações um mecanismo de troca, se te respeito eu exijo respeito, se te compreendo eu exijo a sua compreensão também, porém o que sempre esquecemos é que não possuímos as mesmas origens, e que mesmo pessoas de uma mesma família possuem essências diferentes. Cada um carrega dentro de si tudo o que internalizou, todas as pessoas tem problemas e não existe nenhum tipo de régua especial que faça com que julguemos que o problema de uma pessoa é maior do que o de outra.

Ao internalizar uma situação temos duas opções, ou ficamos com todo o sofrimento e todas as coisas ruins desta ou escolhemos crescer, aprender com ela e refletir o suficiente para não passar pela mesma situação, ou em casos inevitáveis, que reflitamos para possuir uma postura diferente diante desta. A forma como enxergamos o mundo reflete em nossas ações.

Quando escolho ver somente o lado ruim de todas as situações e mesmo das pessoas, escolho viver de forma angustiante, estressante, dando as pessoas ao meu redor toda a minha angústia e estresse diariamente. Quando escolho aprender com cada situação que passo, escolho uma atitude serena onde independente do obstáculo manterei a calma, e consequentemente é isso o que passo para as pessoas.

Agora voltando ao significado, onde o doar se refere a coisas boas, não se sinta injustiçado por não receber toda a gentileza que você doa as pessoas, sinta-se privilegiado por ter em você sentimentos bons, por ter sabedoria e por refletir o suficiente para conseguir encarar seus problemas de cabeça erguida e sem se vitimizar. Não se esqueça que o que você carrega é tudo o que você tem, e que quem tem mais, sempre dará mais, mas, também não se esqueça que você não é obrigado a nada, muito menos a aceitar tudo o que as pessoas tem para te oferecer.


Andréia Ribeiro Lemos

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Resignificando


"O sofrimento precisa ser superado, e o único meio de superá-lo é suportando-o." 
Carl Gustav Jung 

Independente do motivo, sofrer faz parte da vida. Perdas, derrotas e fracassos constituem a nossa caminhada, a busca pela felicidade é incessante, porém, ninguém conseguirá ser feliz se não souber lidar com os aspectos ruins da vida de maneira saudável.

Os extremos continuam dominando o mundo, ou uma pessoa simplesmente ignora tudo e não se deixa abater por nada ou entra numa tristeza absoluta onde felicidade nenhuma tem espaço. As pessoas tendem a se gabar por serem extremas, mas veja bem, ser intenso é um aspecto de personalidade, um aspecto bonito na minha opinião quando amadurecido e direcionado, mas em alguns momentos da vida, momentos que nos marcam de forma negativa, o que deve prevalecer é a calma, a reflexão sobre o acontecimento e a vontade de transformar esse sofrimento em algo.

Deixar pra lá nunca resolveu problema algum, ao contrário, o sofrimento que você ignora hoje vem amanhã com mais força. Desespero e revolta também nunca solucionaram nenhum problema, apenas fazem com que o sofrimento tome uma proporção maior. O que fazer? Aceite. Aceite a sua perda, as suas derrotas e os seus fracassos. Sofra com eles, sofra de forma consciente.

Sofrer é crescer, é aprender, é entender que as pessoas não são eternas, que não vamos vencer e nem acertar sempre, que somos seres limitados e que precisamos estar em constante mudança para evoluirmos. Pessoas que não sofrem não existem, todos temos os nossos problemas, o que diferencia uma pessoa da outra é a forma como os encara. 

Os obstáculos que são colocados a nossa frente podem fazer com que desistamos de algo ou mesmo de viver, mas, também podem fazer com que achemos uma nova forma de encarar a vida e seguir em frente. A escolha é sua.


Andréia Ribeiro Lemos

sábado, 26 de setembro de 2015

Auto-imagem


As pessoas são movidas pela vontade de ser feliz. Mesmo aquelas que vêem problemas em tudo, que não sabem aproveitar a vida com o que possuem, esperam do futuro uma satisfação, uma felicidade que será alcançada a partir de algo.Tudo é baseado no que irão ser, no que irão possuir e em tudo que desejam conquistar.

Não é novidade, é inclusive o maior dos clichês, dizer que a maioria das pessoas perdem o presente pela fixação que possuem no futuro. "Eu vou fazer", "eu vou ser", "eu vou acontecer", ninguém tem interesse em descobrir o que já é. Que o futuro pode simplesmente não chegar ou pode acontecer de uma maneira completamente diferente do que foi planejado, todos sabemos. A questão é que todos sabemos de muitas coisas sobre as quais não temos o menor interesse em refletir.

Vivemos sobre o nosso ponto de vista, "se ta bom pra mim, então tá ótimo!", por vezes não levamos em consideração as pessoas ao redor, fazemos os nossos planos envolvendo outras pessoas, pessoas das quais as vezes nem perguntamos se querem participar do que estamos fazendo. Possuímos os nossos grupos, formamos os nossos laços e vamos simplesmente esperando que todas as pessoas do nosso círculo arrumem uma maneira de se encaixar em nossa vida.

Todos temos planos para o futuro, todos sonhamos em mudar algum aspecto da nossa vida, pensar em estar ao lado de certas pessoas no futuro não é necessariamente poder dizer que está vivendo ao lado delas agora. O cuidado com o outro, o interesse pelo que há além do exterior tanto dos outros quanto de si mesmo, as emoções e os sentimentos tomam o nosso tempo, um tempo precioso em que podíamos estar produzindo de inúmeras maneiras diferentes, logo, é melhor deixar isso pra depois.

Desconstruir sua auto-imagem, pensar em você como uma pessoa como qualquer outra é trabalhoso, é sofrível, muito melhor viver como dono do mundo, um mundo onde as pessoas tem que viver de acordo com o que eu propor, muito melhor não perder tempo pensando sobre quem eu sou e sobre as coisas que exijo das pessoas, muito, mas muito melhor mesmo, projetar os meus problemas nos outros.

No final das contas a escolha se torna puramente do outro. Não querer pensar sobre a pessoa que você é, não querer pensar sobre a parte que te diz respeito numa relação, seja ela qual for, faz de você uma pessoa que não tem a menor intenção de refletir sobre os seus atos e de levar em consideração os sentimentos que estes geram nas pessoas ao seu redor. Cabe então ao outro decidir se vai continuar tentando arrumar um espaço na sua vida ou não.


Andréia Ribeiro Lemos

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

As palavras...


Tem o poder de tudo! É assim que eu resumo a importância delas. Palavras bonitas, palavras feias, palavras que vem do coração, palavras que só são ditas por dizer... Enfim, elas creditam as pessoas e também fazem com que nos decepcionemos com outras.

Qual a importância disso afinal?
Andei observando promessas e verificando a concretude delas. A maioria delas são feitas em momentos em que uma pessoa tem o que perder, ela promete, provavelmente coisas que não vai cumprir, testa a bondade das pessoas a quem pede uma segunda chance e com a utilização destas, uma pessoa quase sempre ganha uma segunda, terceira, quarta chance, por ter dito meia dúzias de palavras vazias.

Andei observando os diálogos e verificando sua vastidão. É uma raridade,  é quase mais fácil estar em um shopping e encontrar um panda, encontrar um grupo de pessoas onde um fala e alguns escutam e vão trocando de lugar conforme a conversar exigir. Todos falam ao mesmo tempo, ninguém se escuta e quem fala por último fala melhor.
Ainda nos diálogos... Poucas vezes você escutará conversas interessantes que visam a melhoria de algo ou a vontade de entender sobre algo, ou somente uma conversa  divertida e saudável entre amigos. A maioria das palavras ficam soltas em uma conversa somente para preencher o silêncio.

Andei observando conversas onde uma pessoa precisa de ajuda. Nessas conversas sempre há a pessoa que sofre e nem sempre há uma que acolhe. Já escrevi diversas vezes sobre a leveza que a vida exige de nós, e o quanto ser leve torna uma pessoa mais saudável e com mais aptidão para encarar a vida, mas, espera aí! Se uma pessoa sofre, respeite o sofrimento e respeite o tempo que ela precisa para recuperar a sua leveza, se você não tem o que dizer para amenizar uma situação não diga nada. Aqui as palavras tem o poder de destruir laços. 

Andei observando várias situações, algumas tão ridículas que não merecem ser mencionadas, mas ao final só tenho a agradecer. O que seria das pessoas sensíveis, que captam o mundo e se importam com ele mais do que as outras se não existisse alguém para lhes dizer que todas as pessoas deveriam se conhecer profundamente, tão profundamente a ponto de conseguir enxergar as pessoas e tudo o que esta ao redor. O exercício de olhar para dentro, não é o egoísmo que as pessoas pregam quando olham apenas para o próprio umbigo, é o exercício de saber quem eu sou, de respeitar o outro e o seu jeito de ser sem com isso me desrespeitar (#façaterapia).

As palavras podem destruir, podem selar laços, podem te fazer sorrir, chorar, em algumas situações podem até não servir para nada. São fortes quando absorvemos o significado a que foram empregadas e fracas quando vindas de uma pessoa sem importância, ou que já esgotou a sua cota de palavras que não foram cumpridas. Que tipo de palavra você quer manter em sua vida? Lembrando sempre que as palavras estão vinculadas a pessoas, que tipo de pessoas você quer manter em sua vida?


Andréia Ribeiro Lemos

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Santa solidão!


Longe do pensamento de que a solidão é uma coisa ruim, vou focar no quanto a paz em ouvir o seu próprio pensamento pode lhe fazer bem. Longe de todas as pessoas e desse mundo contraditório, longe de tudo e de todos, um momento simplesmente seu com você mesmo.

As pessoas ao verem uma pessoa sozinha tem a ridícula impressão de que a pessoa está mal, que não tem ninguém e blá, blá, blá. Já imaginou como seria se você não tivesse nenhum momento sozinho? Se em todos os lugares em que você está sempre tivesse alguém presente? Se você é dessas pessoas que detestam ficar sozinhas sinto te informar que você provavelmente não sabe ser boa companhia para si mesmo.

Quantas vezes você se perde, entra em conflito ou deixa de acreditar em você mesmo, simplesmente por ouvir o que alguém tem a dizer a seu respeito e a respeito do que você acredita? Se tranque! Planeje ter momentos em que você fecha a porta e fica imerso em seus pensamentos. Momentos em que você oculta o barulho de fora e pode rever seus conceitos, pensar sobre a pessoa que é, pensar nos motivos pelo qual você luta, fortalecer seus ideais para que todas as vezes que você resolver colocar a cara no mundo você não se deixe de lado.

Organize seus pensamentos, não tenha medo de estar em sua própria companhia, seja seu amigo, pare para analisar seus pensamentos e suas ações, busque forças para assumir ser quem você é. A dúvida sempre fará parte do que somos, só seres pequenos e sem grandes possibilidades possuem certeza sobre tudo, porém não precisamos titubear a cada coisa ouvida, com o tempo você aprende o que merece ser internalizado e o que simplesmente vai ser ouvido e descartado. Busque o seu sentido em você e aprenda que o que vem de fora só te atinge se você permitir.


Andréia Ribeiro Lemos

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Mesmo que seja estranho, seja você ♪


"Nem teus piores inimigos podem fazer tanto dano como teus próprios pensamentos". Buda

A nossa vida, embora contenha acontecimentos externos e que não podemos controlar, é definida por nós. Pelo o que pensamos, pelos nossos atos mediante conflitos e pela nossa forma de ver o mundo. Há quem não acredite que podemos mudar a situação em que nos encontramos apenas mudando a nossa forma de pensar, porém, observe. 

As pessoas mais felizes que conheço não são as que possuem a melhor vida, o melhor corpo ou as melhores coisas materiais. As pessoas mais felizes que conheço são as que independente da situação não se deixam abater. Não se deixar abater não significa nunca ficar triste, não confundam, a tristeza é parte da vida, é uma das emoções que constituem o ser humano. Não se abater é ter a capacidade de mesmo triste seguir em frente.

O mundo é cheio de comparações, fulano é melhor nisso, fulano é melhor naquilo, mas quem foi que disse que você precisa competir com alguém? Quem foi que disse que as suas potencialidades precisam ser medidas a de outro? Se todos somos diferentes, por que você acha que viver da forma que uma outra pessoa vive te fará feliz?

Aprendemos desde cedo que devemos vencer, que devemos superar os outros, raramente encontraremos uma pessoa que aprendeu desde criança que a melhor forma de viver é vencendo e superando a si mesmo. Já parou para pensar que existe um motivo pra você ser exatamente quem você é? Se todos formos imitar os ideais de todos os tipos que existem no mundo, que sentido teria em termos nascido diferentes?

Precisamos ter em mente que estamos aqui para melhorar, melhorar nossa forma de viver, nossa forma de pensar, nossa maneira de tratar os outros e a nós mesmos. Melhorar como a pessoa que somos e não como alguém que consideramos melhor por qualquer que seja o motivo. Exercite! O seu corpo, a sua energia, escutam tudo o que você pensa, melhore a sua forma de ver o mundo e o mundo retribuirá a energia para você.

Pior do que quando as pessoas desistem da gente é quando nós desistimos e não acreditamos que fomos feitos para ser mais do que somos. A vida pede leveza. Não se leve tão a sério, não se critique tanto, não seja tão cruel com você mesmo. Se todos seguirmos um mesmo padrão ficará impossível diferenciar o belo do feio, se todos formos iguais não haverá margem para a verdadeira beleza.

Bonito é não ter medo de ser quem você é, é admirar as pessoas pelo o que elas são e não se sentir menor por ser diferente, é entender que quanto menos padrão você seguir, mais honesto estará sendo com você e com as pessoas ao seu redor. Eu não sei vocês, mas pra mim a honestidade é o melhor jeito de julgar a beleza de uma pessoa.


Andréia Ribeiro Lemos

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Expectativa como fonte de frustração

Quantas pessoas que você conhece colocam a felicidade nas mãos de outra pessoa? Se perguntadas elas dirão em consenso que a felicidade só depende delas mesmas. Porém ao observarmos as pessoas e as relações nas quais estão envolvidas não veremos isso na prática.

Pais que só se sentem felizes quando sentem que possuem total controle sobre os filhos, filhos que só estão felizes quando seus pais fazem tudo o que eles querem, casais que colocam a felicidade nas ações do(a) parceiro(a), amigos que acham que precisam controlar cada passo seu, para manter o controle e estar satisfeito com a relação, e muitos outros...

O que tem de mais comum no mundo, são pessoas que falam uma coisa e agem de forma completamente oposta ao que pregam. Nesse caso, em especial, nem sempre será porque a pessoa não tem coragem de admitir ou porque tem necessidade de se autoafirmar, ela simplesmente pode não saber que vive dessa forma.

Repare. Você precisa ter total controle sobre uma situação para que se sinta satisfeito com ela? Você consegue lidar de forma criativa quando uma pessoa não tem a reação que você esperava dela mediante algum acontecimento? Você se sente infeliz com o erro de outra pessoa? Ta certo que alguns erros, quando a pessoa é muito próxima, nos afetam diretamente. Mas quem deve sofrer mais? Você ou quem errou?

Estamos sempre esperando algo das pessoas e das relações, porém a realidade está bem a nossa frente e só não a enxergamos se não quisermos. Ao invés de ficar fantasiando, imaginando cenas e moldando o comportamento e a fala das outras pessoas, podemos simplesmente enxerga-las como elas realmente são. Na convivência temos diversos exemplos da personalidade de uma pessoa em sua fala, no seu comportamento, nos filmes e músicas que ela gosta, nos lugares que gosta de ir e tantas outras coisas que revelam quem ela é.

É. Eu sei, as pessoas na nossa cabeça por vezes são muito melhores do que realmente são, e por isso é tão confortável manter a imagem que criamos a respeito delas, mas, nós vivemos na realidade e para o nosso bem é melhor que aprendamos a viver fora da fantasia. Quando enxergamos as pessoas como elas realmente são, paramos de criar expectativa sobre quem gostaríamos que elas fossem.

Manter as pessoas na sua vida, significa aceitar a diferença. Por mais parecida que uma pessoa seja de você, sempre haverá algo em que irão discordar. Aceitar a diferença é um processo de maturação, não é achar que só a sua opinião é que vale, ou anular a sua opinião mediante a do outro, é um simples: "Ei! nós somos diferentes. Vamos entrar num acordo quanto a isso?" 

Pare de tentar controlar as pessoas ao seu redor e descubra o quanto a diferença que elas possuem tem para te ensinar. E se uma uma situação não acontece da forma que você esperava, aprenda e desenvolva um novo repertório a partir dela.


Andréia Ribeiro Lemos

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

A leveza de amar



O conceito geral sobre o amor é o de que quando amamos estamos sempre perto, estamos sempre vivendo em prol de alguém, estamos sempre entendendo e aceitando a outra pessoa independente do que aconteça.

Não existe nenhum tipo de manual, ou uma regra que ensine como amar e para complicar ainda mais, existem vários tipos de amor. Não há uma maneira certa de amar, há apenas algumas perguntas que você deve se fazer em relação a convivência com outra pessoa. Essa relação me faz bem? Que tipo de sentimento essa pessoa gera em mim? Ela me impulsiona ou me faz estagnar? Eu consigo enxergar minhas potencialidades ao seu lado? e por aí vai...

Essas perguntas podem e devem ser feitas em todo tipo de relação, sejam amorosas, familiares ou na amizade. As pessoas tem dificuldade de abrir mão de relações que não funcionam mais, e mais dificuldade ainda para entender que se afastar não é deixar de amar. Não precisamos manter em nossas vidas pessoas que não fazem com que a nossa vida se torne mais leve, que não possuem braços acolhedores e que não respeitam nossa forma de viver. 

Amar muitas vezes é abrir mão. Se não está gerando bons sentimentos, se não há afinidade na essência, se as formas de viver estão em lados opostos, por que forçar uma relação? Eu sei, é difícil se afastar do mundo que você conhece, da sua zona de conforto, mas se não está te ajudando a crescer como pessoa, não está te fazendo sentir coisas boas, para que está servindo?

Temos a tendência de não nos afastar das pessoas por gratidão. Gratidão aos momentos vividos, as fases que superamos juntos e a tudo o que diz respeito a essa relação. Mas ser grato não é manter uma relação que não evolui, que não te faz evoluir. Gratidão é reconhecer tudo o que foi vivido, respeitar aquela pessoa que passou por tudo aquilo ao seu lado e amar essa pessoa independente do rumo que suas vidas levaram. Você poder amar uma pessoa que passa anos sem ver, em contrapartida, você pode passar a odiar uma pessoa da qual você se recusou a abrir mão no momento em que sentiu que deveria fazer isso.

Quanto mais leve você conseguir sentir a vida, é sinal de que você conseguiu escolher as pessoas certas para caminhar ao seu lado, pessoas que em algum momento pode ser que você tenha que abrir mão, mas que independente de tudo, de estar perto ou não, você continuará amando. Não são as escolhas das pessoas que fazem com que você as ame. As escolhas fazem com que você decida se ela fará parte da sua caminhada ou não, amor é outra coisa.

Você pode amar todas as pessoas que fizeram parte da sua história, independente se elas estão fazendo parte agora, a única pessoa que sempre irá fazer parte da sua vida enquanto você existir é você mesmo. Respeite e ame a si mesmo, quando se consegue fazer isso, fica mais fácil amar, perdoar e entender as outras pessoas.

Fique perto de pessoas que te fazem bem e que você sente que pode fazer o mesmo por elas. Mas ame e respeite aqueles que fizeram parte do seu crescimento em algum momento.


Andréia Ribeiro Lemos

terça-feira, 4 de agosto de 2015

A vida em pontos


Enquanto estivermos vivos e tivermos a capacidade e o direito de fazer nossas escolhas, vamos seguir pontuando a vida. As histórias que vivemos, embora não prestemos atenção em tudo, são o que com o passar do tempo vão nos definindo como pessoas e mostrando o caminho que gostaríamos de seguir.

No meio do turbilhão de acontecimentos, da nossa vida ou das coisas que vemos acontecer no mundo, vamos reavaliando a nossa forma de pensar ou pelo menos é o que deveríamos fazer. Se formos repensar a vida, de maneira mais prática que emocional, vamos nos deparar com o seguinte pensamento: Em todas as histórias que vivemos, todas com seus diferentes temas e personagens, tudo o que passamos foi estabelecido por nós, pelo jeito que observamos a situação e pelas pessoas que deixamos fazer parte dela.

Tem pessoas que tem tendência a sempre dividir a vida com vírgulas, deixando tudo sempre em aberto, esperando que a situação se resolva sozinha. Outras preferem colocar um ponto final em tudo que não as agradam de alguma forma, não deixando espaço para uma segunda chance em nada.

Quando saber que pontuação colocar em uma situação? Essa é uma das dúvidas e uma pontuação (?) que a vida também coloca nas nossas histórias. Independente se fechamos histórias por completo, se colocamos uma vírgula por não conseguir ver uma etapa se fechar ou se ficamos na dúvida do que fazer, o melhor da vida, na minha opinião, sempre serão os momentos em que podemos fechar uma parte da história com uma exclamação. A parte em que não há dúvidas, pontos definitivos, nem uma pausa na narração. É a parte em que simplesmente vivemos o que dá para sentir, a parte em que temos de nos lembrar como respirar porque até o mais primitivo dos atos é esquecido pela euforia do momento.

Enquanto todo o resto da vida por vezes tenha um efeito letárgico e te faça viver apenas com o que você supõe que seja o que se deve fazer, o que as pessoas esperam de você, nesse outro e único momento você tem certeza de quem você é e do que gosta de fazer e de ser. É quando você não consegue rir baixo e nem manter a pose, é quando tudo que você construiu para a sua boa imagem não faz o menor sentido e você não pensa duas vezes antes de colocar tudo a perder, é não se preocupar em ser ridículo por um instante.

É claro que não se deve viver apenas desse momento, ele deve ser exatamente isso... “um momento”. Há pessoas que vivem a vida como se não houvesse com o que se preocupar e outras que não se deixam levar por nenhuma situação e precisam ter o controle de tudo, mas, dentro de uma vida típica, com preocupações, responsabilidades e diversão, podemos apreciar esse momento sempre que nos for possível vive-lo.

O que acontece no decorrer da vida pode ser estabelecido por nós, ou a pontuação de certa história pode ser colocada por outro, mas esse momento é inteiramente nosso. Sem programação, sem tanta auto monitoração, sem medo de não ser apreciado. É a realidade do que somos, é o nosso momento inteiramente revelado em espontaneidade.



Andréia Ribeiro Lemos

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Inquisição por inquisição, escolha ser FELIZ!



Sempre haverá alguém que te dirá como você deve viver a sua vida, como você deve ser. As pessoas estão sempre tentando fugir delas mesmas, usando como desculpa a vida de outras pessoas. Afinal, falar dos outros é muito mais interessante do que viver sua própria vida sem sentido.

A vida vai passando e você vai deixando de fazer diversas coisas por medo. Medo da opinião dos outros, medo de perder a admiração, medo de perder o controle, e por vários outros motivos. A opinião dos outros de certa forma, sempre te afetará em algum nível, principalmente se esse outro for uma pessoa importante para você. Mas até que ponto você deixará de viver do jeito que deseja para agradar pessoas que por vezes nem entendem as suas motivações?

A opinião das pessoas sobre você pode ser um bom meio de reflexão. Você pode ignorar se quiser, é claro, mas o que uma pessoa fala, na maioria das vezes, diz muito mais sobre ela do que sobre a pessoa de quem ela está falando. Viver do seu próprio jeito sempre irá incomodar quem não é honesto consigo mesmo. Uma pessoa que se fecha em preconceitos e acredita que somente o seu jeito de viver é correto, passará mais tempo condenando as pessoas ao redor do que vivendo a sua própria vida.

É esse tipo de pessoa que você quer agradar? Existe uma diferença gritante entre as pessoas que realmente se preocupam com você e as que simplesmente gostam de se intrometer e de falar sobre você. Primeiramente você precisa saber fazer essa divisão, em segundo lugar é importante entender que todas as decisões na vida exigem reflexão e que nem tudo realmente se deve fazer. Se respeite acima de tudo.

Respeite os seus limites como pessoa e respeite as pessoas ao seu redor, o resto é isso, é resto... O que as pessoas falam são meras opiniões, enquanto você continua vivendo.



Andréia Ribeiro Lemos

terça-feira, 21 de julho de 2015

Mudando a dois



As relações estão, em sua maioria, divididas entre a pessoa que quer que a outra mude e a que não quer mudar. As duas perspectivas em questão vão se debatendo e se enfrentando, esperando que o outro sempre dê o braço a torcer. Não é difícil encontrar pessoas que reclamam de seus parceiros, na realidade é muito comum. Em rodas de amigos(as) sempre ouviremos histórias sobre o quanto o(a) companheiro(a) da pessoa que narra não é bom o suficiente para ela.

É complicado viver num mundo estranhamente superficial e ao mesmo tempo entender que as relações são completamente reais. Elas não serão sempre felizes, não passarão sempre uma boa impressão e nem sempre vão se encaixar no modo de vida do outro. O que há de verdade dentro de uma relação saudável é a presença de duas pessoas que se esforçam, não uma que precisa que a outra seja como ela quer e outra que não muda um fio de cabelo do lugar.

É divulgado por aí que as pessoas precisam encontrar a sua metade, alguém que te complete, mas esquecem de dizer que um ser já é inteiro e não precisa de complemento, que ninguém é uma metade que precisa de outra. Numa relação as duas pessoas devem possuir consciência de que são duas, cada uma com o seu aprendizado de vida, e que para que a relação dê certo ambas devem se esforçar e se adequar ao outro para que possam construir algo, juntos.

Não há vencedores e perdedores, não tem essa de “eu sou assim e ninguém vai me mudar”. Todo tipo de experiência que vivemos exige de nós algum nível de adaptação, não é se anular, não é esquecer quem você é, não é querer que a outra pessoa viva da forma que você viu num filme ou que é idealizado por você ou pela sociedade, é simplesmente saber que algumas coisas são importantes e outras não. Você precisa se conhecer o suficiente para entender que você pode abrir mão de algumas coisas que são simplesmente capricho e conhecer o outro o suficiente para entender que certas coisas são importantes para ele.

É a reciprocidade que deve comandar uma relação, quando ambos se doam, a relação não é dividida entre a pessoa que suga e a que é sugada, ambos terão que passar pelo o que houver juntos. Não é a combinação perfeita que faz uma relação, é a dedicação de duas pessoas, em sua maioria, completamente diferentes, que demonstram respeito a personalidade do outro, que faz com que um relacionamento dê certo. 



Andréia Ribeiro Lemos

sexta-feira, 17 de julho de 2015

“Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante...” ♪



Algumas pessoas acham que ser de um único jeito, viver sempre fazendo as mesmas coisas, passar horas falando sobre ela mesma a outras pessoas e ser completamente definível, sejam meios de afirmar a sua personalidade ao mundo, uma forma de deixar claro o tipo de pessoa que é ou a pessoa que acha que é.

A questão é que quanto mais o tempo passa mais o mundo vai se constituindo de pessoas previsíveis e sem muitos atrativos. Pessoas que não se deixam experimentar coisas novas, não testam seus limites, não tem interesse em conhecer outras culturas e outras formas de vida, não buscam ao menos informações diferentes das que estão acostumadas a ter.

Afinal, quem foi que disse que uma pessoa precisa seguir um perfil? Por que ao gostar de uma coisa a pessoa tem automaticamente que não gostar de outra? Temos tendência a achar que se uma coisa é o oposto da outra elas são automaticamente rivais, e para não confundir os outros, simplesmente escolhemos aquilo que queremos que nos represente, como se o ser humano tivesse uma única definição. E assim vamos nos limitando...

Você realmente acha que viemos ao mundo para viver de forma quadrada e simplesmente julgar as pessoas que vivem diferente de nós? Ou será que podemos conhecer as pessoas, todas com as suas diferentes formas de vida e sempre que pudermos, formar ou mudar de opinião? O conhecimento é parte fundamental no processo de crescimento de uma pessoa, não se fechar para o que é diferente e saber que cada experiência possui um aprendizado é uma qualidade que poucas pessoas possuem.

Quando se vive sem preceitos e preconceitos, se vive livre das amarras estabelecidas pela sociedade, se vive de maneira mais honesta com você mesmo, porque quando você não se preocupa em simplesmente seguir um modelo você pode viver situação por situação sem a partir de uma já estabelecer resistência a outra. Diferentemente dos animais, nós, seres humanos, temos a capacidade de mudar sempre que quisermos, mas ficamos tanto tempo nos gabando e nos julgando como seres superiores que acabamos vivendo de um jeito programado assim como eles.

Ao invés de nos taxarmos como seres pensantes, deveríamos realmente aprender a pensar, porque de nada adianta poder pensar, se pensarmos sempre nas mesmas coisas e vivermos sempre do mesmo jeito. A maior qualidade do ser humano é a de ser um ser mutável, que sempre que quiser pode progredir. Então, vamos sair da toca e descobrir que o outro não é tão ou mais estranho do que nós.


Andréia Ribeiro Lemos

terça-feira, 14 de julho de 2015

"Conhece-te a ti mesmo"



Quanto tempo por dia você separa para se fazer companhia? Quanto tempo você passa pensando sobre a pessoa que é e a pessoa que almeja ser? Embora estejamos vivendo a era do egoísmo, não olhamos para dentro de nós, mas sim para o que há externo a nós, coisas que buscamos veementemente acreditando ser nossa fonte de felicidade.

Viver de maneira desregrada, não possuir metas que não sejam materiais, não conseguir passar um tempo sozinho, colocar o seu valor no que possui, não dar valor as pequenas coisas conquistadas pelo seu esforço, entre outros, é no mínimo uma falta de respeito com o seu próprio ser. É como dizer para si mesmo: “conforme-se, você é só isso”. É desistir de se conhecer por inteiro, deixando a mostra apenas o que de melhor se pode comprar e modificar em sua aparência. Para essas pessoas, passar um tempo sozinha é extremamente angustiante, afinal, ninguém se sente confortável na companhia de um estranho não é mesmo?

Não investir no autoconhecimento é mais um dos meios que existem para se anular. Vivem apenas por viver, sem por vezes entender suas atitudes e sentimentos. Não são donos de si, não entendem as origens de suas ações e não acreditam no seu próprio potencial. Não há melhor gratificação em ser reconhecido pelo o que há por essência em você, por algo que não se compra, uma riqueza que pode, por vezes, se parecer com a de muita gente, mas que nunca será igual a de ninguém.

Sempre haverá coisas novas e você sempre buscará, buscará e buscará por algo que vem de fora de você e que, consequentemente, ao ser adquirido não significará mais nada. O que vem de dentro, por outro lado, é quem você é, é algo que mesmo que você considere pouco te acompanha passo a passo na sua vida, e mesmo que as pessoas tenham carros, celulares e roupas iguais as suas, nenhuma delas será como você, nenhuma será movida pela mesma pulsão que te move.

Você pode viver com todas as coisas que se podem comprar no mundo e, provavelmente, sempre andará com pessoas que tenham o mesmo estilo de vida que você, mas sempre que ficar só e sentir o estranhamento que sua própria companhia te causa, sentirá o vazio e a inquietude de não se conhecer e não ser capaz de enxergar as possibilidades que tem, e quando uma pessoa não se conhece e não tem noção do que há de bom ou de ruim em si mesma, ela simplesmente não tem meios para mudar e evoluir.



Andréia Ribeiro Lemos

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Depósito de frustrações...



Quanto tempo um pai ou uma mãe levam para descobrir que um filho não é uma extensão deles? Que não são eles quem decidem as escolhas que ele irá tomar? Em alguns casos esses pais simplesmente não descobrem e esses filhos vivem vidas das quais não escolheram. Não é estranho que um pai/mãe faça planos para os seus filhos, mas até onde isso é saudável? Entender que um filho é puro e simplesmente um ser novo no mundo e não uma miniatura sua não é uma das preocupações eminentes dos pais.

Preocupações como: onde ele vai estudar, com quem esta andando, quando irá arrumar um emprego, se tira boas notas, se vai passar no vestibular, a que horas irá chegar em casa, se está andando por lugares perigosos, dentre outras, sempre são as preocupações principais dos pais no geral e de forma alguma estou dizendo que são inadequadas, mas quantos pais perguntam aos filhos se eles estão felizes? E quantos apoiam os seus sonhos “bobos”?

A verdade é que sendo esse filho planejado ou não, ele já nasce com o peso das frustrações dos pais, não é raro ver um pai desencorajando e desacreditando os planos de um filho com base nas suas experiências, baseado no simples conceito de que: “se não deu certo pra mim, não dará pra você” ou não aceitando uma ideia nova, uma coisa que não conhece como sendo o desejo de seu filho, sem muitas vezes nem procurar saber do que se trata.

Os preconceitos e os ciclos gerados e reproduzidos por gerações impedem que aceitemos que cada pessoa nasce com sua própria personalidade, sua própria forma de enxergar o mundo e vai se moldando conforme o seu crescimento. O que mais encontramos por aí são pais que ao invés de ensinar buscam de certa forma adestrar crianças, pais que ao invés de agirem como mediadores dos filhos ditam regras e verdades, que só aceitam as escolhas dos filhos se coincidirem com as deles e quando não coincidem tratam o filho de forma diferente deixando claro que não o aceitam naquilo que ele escolheu, em outras palavras que não o amam simplesmente por eles serem os seus filhos, mas que esse amor depende da forma como ele resolver levar a vida.

Amor é amor e admiração é admiração, não importa o quanto você não admire as escolhas do seu filho ou mesmo de qualquer pessoa, independente disso você ainda pode ama-la e encoraja-la a ser feliz. A sua vida depende de suas escolhas e a dos seus filhos das escolhas deles, nenhuma depende da outra para acontecer, mas as pessoas precisam se respeitar para que consigam viver juntas. Não é uma continuação de você que nasce, é uma vida nova com inúmeras possibilidades que começa a existir.




Andréia Ribeiro Lemos

segunda-feira, 6 de julho de 2015

"Eu posso estar sozinho, mas eu sei muito bem aonde estou..." ♪




Qual o seu conceito sobre ser sozinho? ...

Há pessoas e pessoas e há concepções e concepções, mas o que você faz com o que você entende por ser sozinho? Ser sozinho é uma condição do ser humano, você pode até encontrar uma pessoa que goste praticamente das mesmas coisas que você, mas não uma que fará junto com você todas as coisas que você deseja e irá sempre com você aos lugares que você gosta. Ser sozinho é saber que a companhia será sempre bem-vinda, mas que a falta dela não deve me impedir de fazer ou estar onde quero.

Mas o que fazer quando essa solidão está relacionada a dor? Todos sofremos por inúmeros motivos e nem sempre temos o apoio que precisamos ou que queremos. Existem pessoas de todos os jeitos, mas quando estamos em sofrimento e não temos recursos internos para lidar com esse sofrimento depositamos nossa esperança numa ajuda externa, em outras palavras esperamos que alguém faça por nós o que não conseguimos fazer por nós mesmos. Quando temos em nossa vida pessoas com essa habilidade de dar colo, de conseguir minimizar nossa dor a vida flui e tempos depois conseguimos retomar de onde paramos sem grandes sequelas emocionais. Mas e se essas pessoas habilidosas não existirem na sua vida? O que há de mais doutrinado hoje em dia é a individualização, em outras palavras cada vez ficará mais difícil encontrar pessoas acolhedoras, mas não é essa realmente a questão... A questão é: quem deve lidar com a sua dor? Assim como no exemplo do começo a ajuda deve ser aceita quando vier, mas sua superação não deve depender dessa ajuda que por vezes não virá.

Ser sozinho não deve ser sinônimo de lamentação ou de revolta, ser sozinho é simplesmente ser você com tudo o que você é. Momentos difíceis sempre existirão para todos, o mundo continua girando independente do que aconteça, as pessoas ao seu redor passam por diferentes sofrimentos ao mesmo tempo em que você sofre. É justo pedir as pessoas que se esqueçam de suas próprias vidas para acolher o seu sofrimento? Quantas vezes você já fez isso por elas? Pensar a dor como justificativa para agir de maneira que machuque, culpe ou afaste as pessoas não te trará nenhum tipo de alívio, pelo contrário, a verdadeira solidão não é a de arcar com os seus próprios sentimentos, mas a de não se dar a alegria de viver em grupo. A sua dor será sempre sua, independente de ter ajuda ou não só quem a sente é você, só você pode superá-la e aprender a conviver com ela.

Entender que na vida nem sempre há culpas ou culpados e que por vezes não teremos ajuda se não de nós mesmos e aprender que nosso melhor cúmplice  está do outro lado do espelho, não é gostar de viver sozinho, ser individualista ou ter que se afastar de pessoas estimáveis, é simplesmente conseguir encarar o que nos acontece sem precisar da ajuda de segundos, terceiros ou quartos, mas que sempre que essa ajuda vier ela será bem-vinda... Não guarde mágoa por ter passado por turbulências sozinho, guarde amor por ter recebido esse amor em algumas dessas turbulências.


Andréia Ribeiro Lemos

Como lidar com a perda?


Na vida a única certeza que realmente temos é a de que morreremos, mas não estamos preparados e não sabemos o que fazer quando a morte nos atinge. Não a nós propriamente ditos, mas as pessoas que amamos.

Sentimentos de culpa, fixação em memórias perdidas, vontade de voltar no tempo, não conseguir lembrar da pessoa sem sentir uma tristeza profunda, o que fazer? Não existe melhor maneira de lidar com a dor a não ser enfrentando-a. Enfrentar nesse caso quer dizer sentir. Apenas sinta! A morte é irremediável, mas o seu sentimento em relação a ela é mutável e depende da sua vontade. Perder alguém querido significa perder uma parte de você, seja alguém muito próximo ou alguém que faça parte da sua história de alguma forma. Essa parte de você que se foi pode e deve ser transformada, simbolizada de maneira diferente. Não é fácil e não é uma simples decisão, é um processo, transformar a culpa em compaixão por si mesmo, em outras palavras em um simples “eu sei que foi pouco e que eu podia fazer diferente, mas eu fiz o que pude, fiz o que sabia, fiz o que sentia que devia fazer no momento”. Transformar a tristeza que a falta da pessoa faz em alegria por ter vivido ao seu lado, se sentir honrado por ter feito parte da vida de alguém tão querido que certamente teve muito a te ensinar e a aprender com você.

Tudo o que se diz a esse respeito pode soar como um clichê ou como autoajuda barata e sempre será pouco. O caminho rumo a superação vem da pessoa que sente, do seu modo de internalizar a morte, da sua vontade de continuar com tudo o que te restou. Superar não é e nunca será esquecer, as pessoas que amamos ficam em nós e se existe algo do qual não devemos temer é o medo de esquecer as pessoas que amamos que se foram. Superar nesse caso quer dizer lembrar com sabedoria, lembrar com inteligência emocional o suficiente para saber que independente do plano que nos separa a sensação que temos ao lembrar de alguém é a forma como ela gostaria de ser sentida, e de viver através de nossas memórias. É certo que ninguém pode afirmar com certeza o que existe além de nós, além da vida, mas independente da sua crença e da sua religião o que esperamos é que haja um reencontro e que em algum momento todos estaremos juntos. Quando esse dia chegar de que forma você gostaria de revelar aos seus entes queridos a falta que eles lhe fizeram? Gostaria de falar que perdê-los fez com que você se abdicasse totalmente da sua vida ou que você os usou como exemplo e como impulso para uma vida feliz? Mesmo que seja difícil e que nossa mente nos leve por vezes a caminhos tortuosos a escolha sempre será nossa. Vai lembrar com alegria das pessoas que você ama ou vai usa-las como empecilho na sua vida?

Tudo o que vivemos está tatuado em nós, nossos medos, frustrações, desejos, saudade... e muito, muito mais. O que devemos sentir é saudade, essa saudade que rasga de dentro pra fora e que não tem meios de ser solucionada, mas que se quisermos nos impulsiona a viver momentos memoráveis com as pessoas que amamos que ainda estão perto de nós e que serve de exemplo para que não desperdicemos momentos preciosos por seja qual for o motivo. É lembrar da pessoa com carinho e com uma nostalgia terrível mas conseguir dizer para ela onde quer que ela esteja: “Um dia a gente se vê!”



Andréia Ribeiro Lemos