quinta-feira, 9 de julho de 2015

Depósito de frustrações...



Quanto tempo um pai ou uma mãe levam para descobrir que um filho não é uma extensão deles? Que não são eles quem decidem as escolhas que ele irá tomar? Em alguns casos esses pais simplesmente não descobrem e esses filhos vivem vidas das quais não escolheram. Não é estranho que um pai/mãe faça planos para os seus filhos, mas até onde isso é saudável? Entender que um filho é puro e simplesmente um ser novo no mundo e não uma miniatura sua não é uma das preocupações eminentes dos pais.

Preocupações como: onde ele vai estudar, com quem esta andando, quando irá arrumar um emprego, se tira boas notas, se vai passar no vestibular, a que horas irá chegar em casa, se está andando por lugares perigosos, dentre outras, sempre são as preocupações principais dos pais no geral e de forma alguma estou dizendo que são inadequadas, mas quantos pais perguntam aos filhos se eles estão felizes? E quantos apoiam os seus sonhos “bobos”?

A verdade é que sendo esse filho planejado ou não, ele já nasce com o peso das frustrações dos pais, não é raro ver um pai desencorajando e desacreditando os planos de um filho com base nas suas experiências, baseado no simples conceito de que: “se não deu certo pra mim, não dará pra você” ou não aceitando uma ideia nova, uma coisa que não conhece como sendo o desejo de seu filho, sem muitas vezes nem procurar saber do que se trata.

Os preconceitos e os ciclos gerados e reproduzidos por gerações impedem que aceitemos que cada pessoa nasce com sua própria personalidade, sua própria forma de enxergar o mundo e vai se moldando conforme o seu crescimento. O que mais encontramos por aí são pais que ao invés de ensinar buscam de certa forma adestrar crianças, pais que ao invés de agirem como mediadores dos filhos ditam regras e verdades, que só aceitam as escolhas dos filhos se coincidirem com as deles e quando não coincidem tratam o filho de forma diferente deixando claro que não o aceitam naquilo que ele escolheu, em outras palavras que não o amam simplesmente por eles serem os seus filhos, mas que esse amor depende da forma como ele resolver levar a vida.

Amor é amor e admiração é admiração, não importa o quanto você não admire as escolhas do seu filho ou mesmo de qualquer pessoa, independente disso você ainda pode ama-la e encoraja-la a ser feliz. A sua vida depende de suas escolhas e a dos seus filhos das escolhas deles, nenhuma depende da outra para acontecer, mas as pessoas precisam se respeitar para que consigam viver juntas. Não é uma continuação de você que nasce, é uma vida nova com inúmeras possibilidades que começa a existir.




Andréia Ribeiro Lemos

2 comentários:

  1. Acho tbm umas das maiores frustrações dos filhos de hj são as duas escolhas q eles tem ou eles se tornam "rebeldes" e seguem os próprios sonhos ou passam a vida frustado vivendo o sonho dos pais ....são duas escolhas com consequências difíceis

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    1. Um dos problemas de não reconhecer um filho como uma pessoa única que formulará seu próprio caminho é atribuir suas escolhas a rebeldia e a desobediência, como se viver da forma que ele escolheu fosse um meio de irritar os pais e não a sua forma de encarar a vida.

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