quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Abraço



Começa antes, bem antes do toque.
Começa antes, bem antes da proximidade.
Não há muitas intenções, é afeto.
Empatia pelo o que se sabe, pelo o que deseja descobrir e pelo o que se imagina.
Um mundo desconhecido dentro de cada um.
Um mundo externo onde se vive nessa realidade que afasta e aproxima.
Toque sutil, tão suave que parecia estar acariciando por dentro.
Toque forte, tão intenso como quando se escuta uma música que te desestrutura...

4, 5, 6... Talvez 7 segundos...

Eternos...


Andréia Ribeiro Lemos

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

O universo de cada um



O que fazer quando um submundo surge? Quando o que há de mais bonito existe apenas dentro da sua cabeça? Quando o seu único desejo é o de fechar os olhos e fantasiar estar em um lugar melhor? Quando a realidade não te aceita e vice versa?

Qual o remédio para o que não há solução? Quantos universos somos capazes de criar? Quantas pessoas conseguem entrar nele? Como atingir o equilíbrio entre o real e o imaginário? Entre o que realmente está acontecendo e o que gostaríamos que acontecesse?

Se o que vemos no mundo e o que imaginamos existem para nós, como saber a diferença?

Em meio a sonhos, fantasias, delírios e a realidade, o que dá para compreender é que tudo se faz real no íntimo de alguém. Por vezes fechamos os olhos diante de algo que não queremos ver e sonhamos com coisas impossíveis enquanto vivemos dentro desse cotidiano movido pelas aparências.

Ao que parece, nós, transitamos entre os dois mundos, buscando refúgio de um no outro e ninguém está isento disso...


(Baseado no relato de uma pessoa especial)



Andréia Ribeiro Lemos

sábado, 17 de dezembro de 2016

Encanto



É o olhar, o sorriso e o rosto que fica vermelho...
É ficar sem jeito sem motivo... 
É ter medo de qualquer movimento e da falta dele...
Encantador é tudo que faz sonhar, acreditar e querer ser melhor...
É impulso, é referência...
É sutil, porém, visível a todos...
Dá medo, frio na barriga, surdez e embaraço...
Admiração difícil de disfarçar até pra quem é bom em esconder as emoções...
O que é encantador marca, mesmo que só viva na imaginação...
É energia que se encontra, enquanto todo o resto está longe.

Andréia Ribeiro Lemos

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Doses de mal entendido


Silêncios, brincadeiras, olhares, distanciamento, insônia, raiva, indiretas, não saber como agir, energia não identificada pairando...

Interpretação de um lado e de outro, ambos observando, ambos na dúvida. Quem está bloqueando quem? As intenções estão encaixadas, os comportamentos não.

Faz sentido pra você? Não?

Nem pra mim!

Um mal entendido nunca faz.


Andréia Ribeiro Lemos

Sobre o bom humor



Admiração bonita, essa que as pessoas bem humoradas despertam. Sorrisos e brincadeiras que muito provável tenham começado na tentativa de animar alguém especial, ou na tentativa de suportar algo. Dor que se transforma em pulsão de vida, que alegra as pessoas ao redor e te faz querer continuar perto. O que para alguns é máscara, para outros se torna genuíno. Existência linda essa, que alegra, que é apaixonante e convidativa. Pessoas que fazem bem até para quem só acompanha de longe.

É de se viver em estado de êxtase ao lado dessas pessoas. Algumas bem próximas, outras convidando a proximidade, ambas encantadoras.


Andréia Ribeiro Lemos

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Suporte

O chão sustenta a mesa, que sustenta as chaves, os copos, e tudo o mais que possa ser colocado em cima...
As chaves e os copos são sustentados pela mesa, que é sustentada pelo chão...
O chão que suporta todas as coisas, é sustentado apenas pela força que tem...

Teria o chão o direito de fraquejar?
Teria o chão o direito de escolher não sustentar mais nada?
Divididos em camadas, onde um tudo suporta, o que será que os outros seriam capazes de aguentar?

As chaves sumiriam, os copos se quebrariam e o chão se culparia...
Como se pode conviver com a culpa de ter derrubado tudo o que deveria estar sustentando?
Como se pode viver segurando tudo o que não lhe diz respeito?        

Escolhas e consequências, harmonia e desunião...
O chão, por certo, irá sempre sustentar algo, mas por vezes poderá deixar que desapareça, ou que algumas coisas se quebrem.



Andréia Ribeiro Lemos

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Terapia



É que ao olhar para trás, agora tudo está muito distante e quase chega a não ter mais sentido. As tendências a passar pelas mesmas situações se esvaíram, ninguém mais tem força o suficiente para balançar uma estrutura que se fez sólida, raízes que de tão firmes chegam a assustar. Dava pra fazer diferente? Sempre dá! Mas que (des)graça teria? De tanto pensar de forma complexa é assustador perceber como agora tudo se destrincha da forma mais simples que existe, o tempo passa e você que tendo ou não certeza de quem é, não é mais o que era. Tudo o que era grande e tomava proporções assustadoras agora não possuem forças para mover um fio do seu cabelo, tudo ao seu redor é basicamente o que sempre foi, mas você não é, e nunca vai voltar a ser.... Nada do que ouvia, lia, escrevia, refletia, sentia, possuía ou queria te pertencem agora, são lembranças que viraram aprendizado e que por vezes parecem ser de outra pessoa, por tão longe que a memória se fez. Tudo e nada são seus, tudo e nada te pertencem, não sou, não fui, não serei, e daí? O que me interessa é estar no tempo e no momento onde estou.



Andréia Ribeiro Lemos

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Pequena confusão



Sentir o sentido do que nunca foi entendido...
Entender o significado do que nunca foi vivido...
Viver de depois enquanto está no agora...
Idealizar um futuro enquanto no aqui tudo passa despercebido...

Ando com inveja de certezas e convicções de todo tipo, ando com inveja da pose e dos argumentos de quem sabe de tudo um pouco, ando com inveja de quem coleciona perfeição e direcionamento, ando enfim, com inveja desses seres que se recusam a ser humanos. Da vida eu não sei quase nada, coleciono incertezas e confusões, me arrependo de atitudes tomadas e das não tomadas, vivo de sentir e de agir de acordo com os sentidos, e ultimamente ando sentindo muita coisa.



Andreia Ribeiro Lemos

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Fora do rebanho



Depois de todo o sentimento de exclusão...
Depois de toda lamentável tristeza por estar só...
Depois do luto de uma vida em grupos...
E depois de se desvalorizar para se encaixar num mundo que não te pertence, é possível identificar outros sentimentos...
Agora existe beleza em caminhar com as próprias pernas...
Existe glória nas conquistas realizadas somente por você...
Existe certa mágica em não se reconhecer em outras pessoas e observar que somente o espelho reflete quem você é....
E depois de tudo, é possível aprender a doar a si mesmo o amor que antes era dedicado aos outros.


Andréia Ribeiro Lemos

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Crescer...


Quem te deu força pra continuar?
Quem te ensinou a desviar das investidas de pessoas maldosas?
Quem te deu força pra encarar a vida?
Quem disse que você conseguiria?
Quem acreditou no seu ponto de vista?
Quem brigou nos momentos em que não havia outra opção?
Quem se calou nos momentos em que era esperado que se gritasse?
De onde você tirou força para continuar?

Há quem acredite e continue com você, há quem não entenda nada mas acredite na sensação boa que é estar ao seu lado. Existem forças internas desconhecidas e abismos mais escondidos ainda, mas a questão é que quem nasce com a essência da integridade é sempre capaz de seguir de cabeça erguida.


Andréia Ribeiro Lemos

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Quem pode prever?


Pareceu errado, foi o oposto;
Agiu como todos disseram ser o certo, ignorou sua autenticidade;
Pensou em voltar, firmemente continuou;
Tentou prosseguir, paralisou sua evolução;
Fez planos, não se reconheceu dentro deles;
Viveu sem roteiros, atingiu objetivos que nem sabia ter;
Ficou para traz, cresceu;
Passou a frente, sentiu-se só;
Andou em grupos, se anulou;
Andou só, não se encaixou;
Viajou, voltou a mesma;
Mergulhou em pensamentos, não mais voltou pelos velhos caminhos;
Se fechou para os afetos, perdeu oportunidades;
Se abriu para o mundo, se machucou;
Viveu em busca de segurança, acidentou a alma;
Não se conformou com os manuais, andou em caminhos sem respostas;
Perdeu a razão, a noção e o foco...
Ganhou amor, nem que seja por si mesma.


Andréia Ribeiro Lemos

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

O que você carrega?


Enquanto o passar do tempo pesa e acumula destroços
Há quem diga que as experiências só fazem somar...
Enquanto tudo é lamentado e distorcido ao seu próprio benefício
Há quem viva no mundo real e encare as situações da forma como realmente são...
Enquanto a percepção é tida como único e verdadeiro ponto de vista
Há quem se interesse pela visão do outro...
Enquanto alguns carregam o peso da idade
Há quem tenha maturidade para seguir com leveza...
Enquanto uns colecionam momentos
Há quem celebre sensações...
Enquanto a vida passa rasa e vagamente
Há quem mergulhe em seus próprios sentimentos...
Enquanto a vida é programada e livre de espontaneidade
Há quem vá na direção que sentir ser a mais honesta...
Enquanto alguns carregam a vida como uma bagagem pesada
Há quem só tenha nuvens na mala...
É você quem decide se vai arrastar a vida ou se vai voar com ela.


Andréia Ribeiro Lemos

sábado, 10 de setembro de 2016

Livre, pra encontrar motivo outra vez ♩ ♫


Você sabe por que é tão difícil mudar? Porque a mudança envolve pequenos processos de luto. O luto de toda uma forma antiga de viver, a restruturação de antigos costumes, a reconfiguração das amizades e um novo projeto para o futuro. Vivemos com a errônea impressão de que temos o controle das situações, de que sabemos onde pisamos e de que estamos preparados para o que vier. Errônea mesmo.

O amadurecimento, para quem não se satisfaz em viver de olhos fechados, é diário. A percepção dos acontecimentos não espera nem mesmo os pensamentos, tudo é sentido muito antes de ser entendido. Pra quem possui uma essência inquieta que não se contenta com as respostas que o mundo dá, vai ficando cada vez mais difícil permanecer. 

Abrir mão das ilusões que vamos acumulando no nosso percurso desde o dia que nascemos é doloroso. Escolher uma coisa, envolve simultaneamente a perda de alguma outra, escolher não fechar os olhos para os acontecimentos a sua volta, inclui perder todas as suas certezas e ilusões. A ideia de que tudo é finito, pode parecer boba ou óbvia, mas mesmo sabendo disso as pessoas ainda baseiam suas relações como boas ou ruins, verdadeiras ou não, com base no tempo. Tudo é finito, tudo é mutável, tudo se reorganiza de alguma forma.

Não pertencemos ao mundo, não pertencemos uns aos outros e a maioria das pessoas não pertence a si mesma. A noção de que temos que viver segundo o que o mundo e as pessoas esperam de nós, nos tira nossa maior riqueza, que é a nossa liberdade. Em contrapartida, assumir nossas opiniões, gostos e a necessidade de ir ou ficar onde estamos, nos dá total responsabilidade pelo que virá futuramente. É mais fácil se decepcionar e ser aceito pelos outros ou viver da sua maneira correndo o risco de não ser aceito por ninguém?

Conviver com a ideia de que o que você está vivendo agora, talvez não vá fazer o menor sentido amanhã, tira a sua certeza, a sua segurança do que terá adiante. Viver com os pés no chão, mas sem amarras, não é pra qualquer um, é por isso que as pessoas mais livres que você conhece não conseguem viver em bando.



Andréia Ribeiro Lemos

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

O que cabe a você?


Vivendo num turbilhão! Ao contrário das outras pessoas, não acho que as coisas se resolvam de forma externa, é necessária uma mudança íntima para que em algum momento essa se torne uma atitude externa. Confuso né? Nem tanto. Confuso mesmo é entender que nada acontece segundo a sua vontade, e que por mais que você tente consertar algo, provavelmente isso não depende só de você.

Você está envolvido em uma porção de momentos desconcertantes, vivendo situações das quais entende muito pouco? Qual a sua parcela de culpa na situação? Sim! É exatamente isso. Nenhuma relação é composta por somente uma pessoa, e tudo o que acontece, acontece envolvendo as pessoas e as suas interações. Vamos pensar sobre isso...

Todos os momentos de nossa vida são construídos por pessoas e com as relações que temos com estas, os erros não selecionam as pessoas ou a forma com que estas enxergam a vida, o erro faz parte do ser humano e errar é uma ferramenta primordial para o crescimento. O que você faz com os seus erros? Você os reconhece como seus ou prefere passar seu tempo formulando teorias e argumentos para direcioná-los a outra pessoa?

O que é mais importante, crescer e evoluir, ou querer ter sempre razão? A resposta parece óbvia quando colocada dessa forma, mas na prática todos sabemos que não funciona bem assim. Quantas vezes em meio a um desentendimento as pessoas envolvidas direcionaram toda a culpa pra você? Quantas vezes alguém demonstrou empatia pela sua parte da história? E você soube como agir mediante essa empatia?

Na vida há uma série de desentendimentos, contradições e decepções, e aos que se intitulam maduros por quererem resolver as situações sempre na conversa, eu peço minhas sinceras desculpas, mas com algumas pessoas não vale a pena.



Andréia Ribeiro Lemos

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

"... o resto é cena, ego, poeira."



Ei!! Você que passa o dia preocupado com a roupa e com as decisões do outro, você se conhece? Suas conquistas são baseadas na vida dos outros ou nos seus próprios desejos? As coisas que você usa, são uma extensão da sua personalidade ou um meio de chamar atenção de alguma forma?

Observando o comportamento das pessoas ao meu redor, reparei que estas se intitulam superiores não por se superarem, mas por considerarem que sua vida e as coisas que fazem são melhores que as dos outros. Muitas vezes não conseguimos entender quando alguém de muito sucesso se intitula infeliz, mas a verdade é bem simples, as pessoas esperam que a considerem uma pessoa de sucesso, sem ao menos saber qual é a sua própria concepção sobre o assunto.

Fazer tudo no tempo previsto, ser sempre um dos melhores no que se dispõe a fazer, sempre ter uma meta, não desperdiçar nenhum dia, viver para a excelência! Então, quem ta aí? Quem é você? As pessoas gostam de criticar os estilos de vida que são diferentes, criticam tudo que foge dos comportamentos típicos, do que a maioria sempre faz. Mas a verdade é a mais simples de todas: Pessoas que não vivem dentro de padrões são temidas por serem imprevisíveis.

Não esmoreça, não é nada pessoal, o que é criticado na maioria das vezes é o que é desejado pelo outro, ou não é entendido, e são poucas as pessoas que se dispõem a entrar na realidade do outro e compreendê-la. Também existe a possibilidade, essa para mim é a mais comum, de que você represente uma ameaça ao mundo certinho e colorido de ilusões onde a maioria das pessoas vivem, a falta de controle sobre o que você faz, coloca em risco a necessidade de controle das situações que o outro possui.

Que diferença todas essas coisas fazem pra você? Os limites e necessidades do outro, são problemas dele, assim como os seus só dizem respeito a você. A vida só acontece de forma autêntica quando agimos de acordo com o que acreditamos e de acordo com a nossa realidade e possibilidade de ser no momento. Vamos juntos para um mundo onde as picuinhas não tomem nosso tempo e energia, e onde pessoas vazias não sejam capazes de fazer com que você deixe de acreditar no que é realmente importante pra sua vida!



Andréia Ribeiro Lemos

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Já que é pra ser honesto...



Quantas vezes você já reparou no quanto as pessoas gostariam de ser diferentes? Diferentes no sentido bom, no sentido de se destacar por suas diferenças. Então... a verdade é que se as pessoas soubessem o quanto essa diferença faz sofrer, elas comemorariam cada vez que se sentissem igual ou parte de algo. As pessoas querem ter o cabelo diferente, roupas diferentes e forçam aspectos de personalidade que não possuem, mas a verdade é que quem é diferente, pode andar com roupas iguais às de todo mundo, ter o cabelo mais comum de todos e não ter nada que a destaque na multidão, a diferença está na essência.

Qual a vantagem que se tem em não fazer parte de nenhum grupo? De não se encaixar em nenhum lugar? De ver que recebe um tratamento diferente por parte das pessoas? Das duas, uma. Ou você fica feliz por ter alcançado a diferença que tantos procuram, ou se sente uma bosta de uma excluída. Advinha só qual das duas opções mais acontece? Demorei para entender a natureza passageira, o porquê de nunca ficar muito tempo num mesmo lugar. Mas a verdade é que, não dá pra ficar muito tempo sem receber metade do que se dá, não dá pra ficar com pessoas que permanecem, enquanto o seu objetivo é transmutar.

Se colocar no lugar do outro, ter compaixão, enxergar a limitação de cada um, não é uma tarefa fácil e embora muitas pessoas digam possuir tal qualidade, não se engane, só a possuem quando isso lhes diz respeito. Qual o limite entre você e o outro? Como diferenciar as atitudes que você teria mediante alguma situação, da atitude que o outro possui? Como não esperar que alguém faça por você o que você faria por ele? A confusão continua... consequentemente a vida também... (ou seria ao contrário?)

Diante de tudo o que acontece na vida de uma pessoa, a única certeza que podemos ter é que não se pode deixar de sentir e de se expressar de alguma forma. E também não se pode ter a pretensão de que o outro te entenda, porque a diferença também se aplica a isso, muitas vezes só quem vai te entender é você.



Andréia Ribeiro Lemos

terça-feira, 10 de maio de 2016

Por que gente boa só se FO#@ ?



Pra começar já é bem difícil ser boa gente e não se deixar contaminar pelas más energias a nossa volta. Fofocas, picuinhas, ou um simples “odiei a sua roupa” sempre vão rolar, já escrevi e já falei inúmeras vezes sobre o quanto pessoas desocupadas e infelizes estão sempre preocupadas com a vida alheia, para não ter que olhar para o grande “nada” que é a própria vida. Eis o grande obstáculo que as pessoas boas precisam encarar: Não dá pra viver em função do que os outros esperam de você e nem em decorrência da opinião alheia.

O fato é que é fácil reconhecer boas pessoas, e é mais fácil ainda pra quem deseja tirar proveito delas. Por que as melhores pessoas que você conhece estão infelizes? Já parou pra pensar nisso? É fácil ser feliz quando você não se importa com nada e nem ninguém e vive apenas buscando benefícios, buscando tirar vantagem de suas relações, mas, por outro lado, é praticamente impossível ser feliz acreditando que se tem o dever de salvar a tudo e a todos no mundo. As melhores pessoas que eu conheço, são infelizes porque carregam um peso maior do que conseguem carregar.

Não sabem dizer não;
Não reconhecem seus limites;
Tem receio em tomar atitudes que desagradam terceiros;
Acham que tem o poder de mudar as pessoas;
São rodeadas de sangue sugas e aproveitadores, e mesmo quando reconhecem isso não se afastam, por pena, dependência, ou pela simples necessidade de agradar;
São extremamente preocupadas com o que acham dela;
Não fazem nada em que se colocam em primeiro lugar... e por aí vai!

A questão é a seguinte: se a gravidade já existe para que o mundo fique quietinho onde está, quem foi que disse que você precisa segurar ele nas costas? Longe de mim querer formar indivíduos completamente egoístas, mas o princípio básico para fazer bem aos outros é cuidar de si mesmo. O simples fato de viver bem, sendo autêntico nas suas escolhas, faz com que as pessoas ao seu redor vivam bem também, e se essas pessoas não ficarem bem com isso, sinto te dizer que provavelmente elas ganhavam alguma coisa com a sua infelicidade.
E aí? Vai viver sua vida ou vai se adequar a necessidades que não são suas?


Andréia Ribeiro Lemos

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Tempo


Pra começar não sou uma pessoa nostálgica, não sou mesmo! Gosto do passado exatamente onde ele está. Mas, a vida, e tudo o que faz ou já fez parte dela, não deve em si ser ignorada, ao invés de reviver e remoer coisas que não voltam mais, podemos as vezes dar uma olhadinha para trás para aprender e entender algo que já passou.

Quantas vezes culpamos nossa ingenuidade por coisas ruins que nos aconteceram, ficamos remoendo coisas que nos machucaram e coisas que poderíamos ter evitado que acontecesse com outras pessoas? Não somos nem um pouco tolerantes ou temos compaixão por nós mesmos. Os erros cometidos já são ruins por si próprios, mas o que torna mais doloroso é o julgamento das outras pessoas, vivemos em um tempo onde um erro anula, não muitos, mas todos os acertos. Se perdoar vai ficando mais difícil quando você percebe que as pessoas farão questão de te lembrar e de te cobrar por isso, e se você é do tipo que não comete muitos erros, pior para você, aí é que as pessoas se apegam e não te deixam esquecer o que aconteceu. Mas as pessoas no geral não te dizem respeito, e se você conseguir ignorar o que vem de fora poderá entender melhor seus motivos.

Culpa nunca fez bem a ninguém e nunca levou ninguém a lugar nenhum, é um sentimento que não te leva nem para trás e nem para frente, é estático, você fica paralisado exatamente onde está. Por que é tão difícil entender que não sabemos de tudo? Por que cobramos de nós mesmos atitudes das quais não tínhamos a menor ideia de como colocar em prática? Eu podia ter feito isso, eu podia ter dito aquilo, eu podia ter feito diferente, eu podia, eu podia, eu podia... Não há como mudar o “podia”, você só tem como colocar em prática o “agora eu posso”. Se no passado você não tinha repertório o suficiente para lidar com algumas situações, com base nessas situações, agora ao pensar nelas, você pode aprender a lidar com futuros acontecimentos. E o perdão? Se você fez alguma coisa ruim a uma pessoa, não por ser ruim, mas por inexperiência e falta de maturidade, e essa pessoa não te perdoa pelo que aconteceu, é preciso mais uma vez entender que o outro é o outro e que o tempo dele é diferente do seu, não espere o perdão do outro para conseguir se perdoar.

É importante não se prender ao passado, o que aconteceu, bom ou ruim, fica como experiência. As consequências das suas ações você com certeza já colheu, ou ainda está colhendo, mas o tempo passa, e quando ele passa de maneira consciente, quando você aprende a usá-lo a seu favor, ele realmente cicatriza e melhora as coisas. Não tenha medo de acreditar que daqui para frente você merece algo melhor.



Andréia Ribeiro Lemos

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Sempre continue...



Me peguei pensando em como é importante continuar. Como é importante não deixar de acreditar no que escolhemos, no que fazemos. É difícil vencer os obstáculos, vencer esse mundo cheio de opiniões desnecessárias, pessoas que estão sempre dispostas a criticar, criticar e criticar.

Tente continuar... Mesmo na dúvida, continue. Quando alguém não tem interesse em ser melhor, não tem interesse em descobrir as potencialidades que habitam o seu ser, é comum que sempre passe o próprio tempo criticando quem já escolheu um caminho a seguir. Pense bem, quando uma pessoa recebe muitas críticas é um sinal de que de alguma forma ela está chamando atenção. Se você simplesmente cuida da sua vida e passa o seu tempo buscando meios de conseguir o que você quer, sem passar por cima de ninguém ou criticar o caminho que os outros escolheram, talvez seja a hora de se perguntar se o problema é realmente você.

Há diversas teorias formuladas por psicólogos conceituados sobre as relações, sobre como temos pré-disposição em repetir as estruturas familiares. Se parar e olhar para o lado, perceberá que a maioria das pessoas ao seu redor são parecidas com as pessoas com as quais cresceu, e se você cresceu dentro de uma estrutura familiar que nunca te reconheceu ou admirou nada que você tenha feito, é natural que depois você se cerque de pessoas que funcionem dessa mesma forma. Podemos mudar de núcleo, mas andamos por aí repetindo a mesma história com personagens diferentes. Por isso é tão difícil a mudança ser aceita, por isso é tão difícil para as pessoas, aceitar que você quer seguir um caminho diferente.

Há quem tente te imitar, há quem não fique um dia sem te menosprezar e há pessoas que se sentem ameaçadas diante de suas qualidades. Mas, o que é importante mesmo, é você conseguir diferenciar as pessoas que querem que você tenha sucesso e as que estão do seu lado simplesmente pra pegar uma carona ou pra tentar te fazer desistir de alguma forma. Já parou pra pensar no por que você é tão importante pra algumas pessoas? Já se perguntou por que algumas pessoas simplesmente não deixam que você voe um pouco mais alto, e querem que você sempre fique ali parada do lado delas? Cuidado! Você pode tá fazendo papel de sombra.

Algumas pessoas são tão pequenas que precisam ficar do lado de alguém que brilhe para que as outras pessoas também as note, enquanto você se esforça para conseguir o que quer, para melhorar de alguma forma, elas estão ali, relaxando na sombra que você faz diante delas, sombra que não deixa que as outras pessoas vejam quem elas realmente são. Experimente sair do lugar, sair de perto, parar de fazer sombra e deixa-las expostas a claridade, observe o desespero e o quanto a sua presença é indispensável para tampar seus defeitos.

Não se deixe influenciar por quem quer que você sempre ande para trás, por quem não aceita que você não vai repetir as estruturas das quais saiu, por quem precisa que você fique por perto pra que não precise melhorar por si só, mas sim para que de alguma forma faça parte dos seus feitos. Continue e continue, o alvo está na sua frente, não perca tempo olhando para trás. É difícil manter o ritmo, continuar com segurança, mas seja como for, continue do jeito que der, mesmo que seja devagar.



Andréia Ribeiro Lemos

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Olhe de novo


Cada pessoa vê o mundo a seu modo, dentro de sua própria perspectiva, o que é natural, já que só podemos compreender as coisas através do nosso ponto de vista, pelo menos num primeiro momento. Nas situações que vivemos há, no mínimo, duas versões do que tenha acontecido e cada lado estará sempre disposto a defender o que acredita.


As pessoas estão sempre preocupadas com a opinião dos outros a seu respeito, e estão sempre dispostas a se explicar, na tentativa de que outras comprem a sua parte da história. Mas, veja bem, ao observar um mesmo quadro duas pessoas enxergam significados diferentes de uma mesma figura, ao escutar uma mesma música duas pessoas sentem e lembram de coisas diferentes, logo, nada mais natural que em uma mesma situação as pessoas tenham opiniões diferentes sobre o que se passou. Provavelmente ao ler esse texto cada pessoa absorverá à sua maneira, e a cada uma virá uma situação diferente pela qual já tenha passado. No mundo para cada pequena coisa cabem várias interpretações, e essa mania de estar sempre procurando uma versão pra ser elegida como a verdadeira, além de irritante é uma das tantas formas que temos de limitar nossas opções.


Analise sua opinião e escute a do outro, sempre olhe de novo, confie no seu modo de ver as coisas, mas não descarte a interpretação dos acontecimentos das outras pessoas. Repensar uma situação de vários ângulos, faz com que tenhamos uma melhor forma de encarar as coisas, não somos diferentes por acaso, onde todo mundo é igual ninguém evolui.


Andréia Ribeiro Lemos

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Livro : Encontro marcado com a loucura

       


O livro "encontro marcado com a loucura" escrito por Tânia Cociuffo, traz a reflexão sobre como a sociedade interpreta o conceito de loucura e de como são vistas as pessoas que são consideradas loucas. Ela volta no tempo e nos traz a concepção de loucura desde a Grécia no tempo de Homero, passando por todos os preceitos religiosos que classificaram a loucura como possessão de espíritos, até os dias de hoje.

Mais do que uma teoria, ela mostra a sua experiência no campo da psicopatologia e suas observações, fala sobre a importância em inserir os alunos na prática, levando-os a hospitais psiquiátricos e a locais onde pessoas que são consideradas um perigo para a sociedade ou para elas mesmas são internadas. É ressaltada também a psicoterapia, uma vez que alunos e mesmo os profissionais precisam lidar com as suas questões e estar preparados para não projetar suas angustias, frustrações e todos seus aspectos pessoais no paciente.  

Nesse contato com a realidade da autora, realidade que nós alunos de psicologia também vivenciamos no decorrer do curso, somos convidados a pensar sobre como tratamos as pessoas com transtornos mentais e quais as soluções que a sociedade encontra para essas pessoas. Não estamos mais nos tempos dos manicômios, choques e todas as torturas que pessoas tidas como loucas passavam antigamente, porém ainda hoje não existe um consenso quando falamos no tratamento a ser feito.

Longe de concordar com a ideia de que esses pacientes devem ser medicados até serem dopados, ela fala da importância dos remédios, mas ressalta que somente os remédios não serão capazes de ajudar, a autora cita Freud e Breuer e o trabalho que ambos realizaram sobre a histeria para introduzir o conceito da "cura pela palavra". Essas pessoas precisam da nossa escuta, nossa atenção, de amor e compaixão como todos os outros seres humanos. Há ainda hoje muito medo em relação a elas, elas são consideradas agressivas, possuem comportamentos estereotipados e são taxadas como incapazes de fazer coisas que pessoas consideradas normais realizam no dia a dia.

A conclusão a que chego com o livro é a de que ainda temos muito o que aprender em relação ao que chamamos de loucura e as pessoas consideradas loucas, mesmo com todos os avanços ainda não há um método único, um consenso nas instituições em relação ao tratamento. As pessoas ainda estão muito mais preocupadas em se manter longe de pessoas com transtornos do que em inseri-las na sociedade, ainda as consideram como um peso e muito perigosas. 

A psicopatologia não deve somente servir para classificar transtornos, quando profissionais e futuros profissionais entram em contato com indivíduos com transtornos mentais o que deve prevalecer é a humanidade, acima de tudo a escuta e o interesse pelo indivíduo.


Andréia Ribeiro Lemos