Quanto tempo por dia você separa para
se fazer companhia? Quanto tempo você passa pensando sobre a pessoa que é e a
pessoa que almeja ser? Embora estejamos vivendo a era do egoísmo, não olhamos
para dentro de nós, mas sim para o que há externo a nós, coisas que buscamos
veementemente acreditando ser nossa fonte de felicidade.
Viver de maneira desregrada, não
possuir metas que não sejam materiais, não conseguir passar um tempo sozinho,
colocar o seu valor no que possui, não dar valor as pequenas coisas conquistadas pelo seu esforço, entre outros, é no mínimo uma falta de respeito com o seu próprio ser.
É como dizer para si mesmo: “conforme-se, você é só isso”. É desistir de se
conhecer por inteiro, deixando a mostra apenas o que de melhor se pode comprar
e modificar em sua aparência. Para essas pessoas, passar um tempo sozinha é
extremamente angustiante, afinal, ninguém se sente confortável na companhia de
um estranho não é mesmo?
Não investir no autoconhecimento é mais
um dos meios que existem para se anular. Vivem apenas por viver, sem por vezes
entender suas atitudes e sentimentos. Não são donos de si, não entendem as
origens de suas ações e não acreditam no seu próprio potencial. Não há melhor gratificação
em ser reconhecido pelo o que há por essência em você, por algo que não se
compra, uma riqueza que pode, por vezes, se parecer com a de muita gente, mas que
nunca será igual a de ninguém.
Sempre haverá coisas novas e você sempre buscará, buscará e
buscará por algo que vem de fora de você e que, consequentemente, ao ser
adquirido não significará mais nada. O que vem de dentro, por outro lado, é
quem você é, é algo que mesmo que você considere pouco te acompanha passo a
passo na sua vida, e mesmo que as pessoas tenham carros, celulares e roupas
iguais as suas, nenhuma delas será como você, nenhuma será movida pela mesma
pulsão que te move.
Você pode viver com todas as coisas que
se podem comprar no mundo e, provavelmente, sempre andará com pessoas que
tenham o mesmo estilo de vida que você, mas sempre que ficar só e sentir o
estranhamento que sua própria companhia te causa, sentirá o vazio e a
inquietude de não se conhecer e não ser capaz de enxergar as possibilidades que
tem, e quando uma pessoa não se conhece e não tem noção do que há de bom
ou de ruim em si mesma, ela simplesmente não tem meios para mudar e evoluir.
Andréia Ribeiro Lemos
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