segunda-feira, 24 de julho de 2017

Quando chorei...



Quando chorei tudo sumiu. Sempre se tem essa mania de achar que o choro é o auge do desespero, que está grudado no desequilíbrio. Mas, depois do choro consegui pensar...
Tudo estava embolado, trôpego, pesado. E então saiu...
Quando chorei não precisei fingir uma força que não tinha e nem me forçar a prosseguir. Simplesmente o fiz com naturalidade...
Porque depois do choro consegui rir das patifarias da vida. Envergonho-me das vezes que não permiti que meu corpo se expressa-se, que não entendi que ele precisa ser renovado repetidas vezes.
Mas agora aprendi... que primeiro vou chorar pra depois rir.

Andréia Ribeiro Lemos

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Caminhando com a ansiedade


Quando menos se espera vem a palpitação...
O coração acelerado, as mãos formigando e a cabeça a mil!
Se essa inquietação não colocasse peso nos passos, bem provável não apareceria metade das vezes...
Se andasse alinhada com o tempo de cura e com as reais necessidades, apareceria menos ainda...
O problema é que ela anda desacompanhada, e passa a frente de tudo, sem ponderar ou avistar as possibilidades.
Vai empurrando seu corpo para traz enquanto arremessa sua mente para frente.
Vive do “desviver”.
Não permite a ação, porque muito antes, provável que já tenha dado errado...
Se a ansiedade fosse trabalhada também ela poderia ser usada a seu favor, como todas as outras coisas, mas, também como todas as outras, quase sempre para aprender a usar em seu benefício é preciso tê-la sentido na sua pior versão.
É preciso aceitar sua pausa desconcertante...
Apreciar sua visita penetra...
E não tentar expulsa-la a todo custo, sem antes entendê-la...
Só se digere bem o que foi mastigado repetidas vezes...
Só dá pra se livrar daquilo que se esgotou e se transformou dentro de nós.


Andréia Ribeiro Lemos 

terça-feira, 11 de julho de 2017

Eu no outro


Pensa bem no que vai falar sobre mim, pois sou o seu reflexo. A beleza que vê em mim, na verdade está em você. Os incômodos e mau olhares que gero, na verdade não são meus. Tudo o que está vendo, tudo o que te faço sentir, bem provável não tenha nenhuma ligação com a pessoa que sou, mas sim com as suas qualidades e limitações. O outro é um reflexo, o que vemos é nosso, o que sentimos é nosso. No outro descubro minha beleza e meu lado sombrio. Dele sei o que me faz sentir, pouco sei então, já que o sentir é meu.


Andréia Ribeiro Lemos