quarta-feira, 29 de julho de 2015

Inquisição por inquisição, escolha ser FELIZ!



Sempre haverá alguém que te dirá como você deve viver a sua vida, como você deve ser. As pessoas estão sempre tentando fugir delas mesmas, usando como desculpa a vida de outras pessoas. Afinal, falar dos outros é muito mais interessante do que viver sua própria vida sem sentido.

A vida vai passando e você vai deixando de fazer diversas coisas por medo. Medo da opinião dos outros, medo de perder a admiração, medo de perder o controle, e por vários outros motivos. A opinião dos outros de certa forma, sempre te afetará em algum nível, principalmente se esse outro for uma pessoa importante para você. Mas até que ponto você deixará de viver do jeito que deseja para agradar pessoas que por vezes nem entendem as suas motivações?

A opinião das pessoas sobre você pode ser um bom meio de reflexão. Você pode ignorar se quiser, é claro, mas o que uma pessoa fala, na maioria das vezes, diz muito mais sobre ela do que sobre a pessoa de quem ela está falando. Viver do seu próprio jeito sempre irá incomodar quem não é honesto consigo mesmo. Uma pessoa que se fecha em preconceitos e acredita que somente o seu jeito de viver é correto, passará mais tempo condenando as pessoas ao redor do que vivendo a sua própria vida.

É esse tipo de pessoa que você quer agradar? Existe uma diferença gritante entre as pessoas que realmente se preocupam com você e as que simplesmente gostam de se intrometer e de falar sobre você. Primeiramente você precisa saber fazer essa divisão, em segundo lugar é importante entender que todas as decisões na vida exigem reflexão e que nem tudo realmente se deve fazer. Se respeite acima de tudo.

Respeite os seus limites como pessoa e respeite as pessoas ao seu redor, o resto é isso, é resto... O que as pessoas falam são meras opiniões, enquanto você continua vivendo.



Andréia Ribeiro Lemos

terça-feira, 21 de julho de 2015

Mudando a dois



As relações estão, em sua maioria, divididas entre a pessoa que quer que a outra mude e a que não quer mudar. As duas perspectivas em questão vão se debatendo e se enfrentando, esperando que o outro sempre dê o braço a torcer. Não é difícil encontrar pessoas que reclamam de seus parceiros, na realidade é muito comum. Em rodas de amigos(as) sempre ouviremos histórias sobre o quanto o(a) companheiro(a) da pessoa que narra não é bom o suficiente para ela.

É complicado viver num mundo estranhamente superficial e ao mesmo tempo entender que as relações são completamente reais. Elas não serão sempre felizes, não passarão sempre uma boa impressão e nem sempre vão se encaixar no modo de vida do outro. O que há de verdade dentro de uma relação saudável é a presença de duas pessoas que se esforçam, não uma que precisa que a outra seja como ela quer e outra que não muda um fio de cabelo do lugar.

É divulgado por aí que as pessoas precisam encontrar a sua metade, alguém que te complete, mas esquecem de dizer que um ser já é inteiro e não precisa de complemento, que ninguém é uma metade que precisa de outra. Numa relação as duas pessoas devem possuir consciência de que são duas, cada uma com o seu aprendizado de vida, e que para que a relação dê certo ambas devem se esforçar e se adequar ao outro para que possam construir algo, juntos.

Não há vencedores e perdedores, não tem essa de “eu sou assim e ninguém vai me mudar”. Todo tipo de experiência que vivemos exige de nós algum nível de adaptação, não é se anular, não é esquecer quem você é, não é querer que a outra pessoa viva da forma que você viu num filme ou que é idealizado por você ou pela sociedade, é simplesmente saber que algumas coisas são importantes e outras não. Você precisa se conhecer o suficiente para entender que você pode abrir mão de algumas coisas que são simplesmente capricho e conhecer o outro o suficiente para entender que certas coisas são importantes para ele.

É a reciprocidade que deve comandar uma relação, quando ambos se doam, a relação não é dividida entre a pessoa que suga e a que é sugada, ambos terão que passar pelo o que houver juntos. Não é a combinação perfeita que faz uma relação, é a dedicação de duas pessoas, em sua maioria, completamente diferentes, que demonstram respeito a personalidade do outro, que faz com que um relacionamento dê certo. 



Andréia Ribeiro Lemos

sexta-feira, 17 de julho de 2015

“Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante...” ♪



Algumas pessoas acham que ser de um único jeito, viver sempre fazendo as mesmas coisas, passar horas falando sobre ela mesma a outras pessoas e ser completamente definível, sejam meios de afirmar a sua personalidade ao mundo, uma forma de deixar claro o tipo de pessoa que é ou a pessoa que acha que é.

A questão é que quanto mais o tempo passa mais o mundo vai se constituindo de pessoas previsíveis e sem muitos atrativos. Pessoas que não se deixam experimentar coisas novas, não testam seus limites, não tem interesse em conhecer outras culturas e outras formas de vida, não buscam ao menos informações diferentes das que estão acostumadas a ter.

Afinal, quem foi que disse que uma pessoa precisa seguir um perfil? Por que ao gostar de uma coisa a pessoa tem automaticamente que não gostar de outra? Temos tendência a achar que se uma coisa é o oposto da outra elas são automaticamente rivais, e para não confundir os outros, simplesmente escolhemos aquilo que queremos que nos represente, como se o ser humano tivesse uma única definição. E assim vamos nos limitando...

Você realmente acha que viemos ao mundo para viver de forma quadrada e simplesmente julgar as pessoas que vivem diferente de nós? Ou será que podemos conhecer as pessoas, todas com as suas diferentes formas de vida e sempre que pudermos, formar ou mudar de opinião? O conhecimento é parte fundamental no processo de crescimento de uma pessoa, não se fechar para o que é diferente e saber que cada experiência possui um aprendizado é uma qualidade que poucas pessoas possuem.

Quando se vive sem preceitos e preconceitos, se vive livre das amarras estabelecidas pela sociedade, se vive de maneira mais honesta com você mesmo, porque quando você não se preocupa em simplesmente seguir um modelo você pode viver situação por situação sem a partir de uma já estabelecer resistência a outra. Diferentemente dos animais, nós, seres humanos, temos a capacidade de mudar sempre que quisermos, mas ficamos tanto tempo nos gabando e nos julgando como seres superiores que acabamos vivendo de um jeito programado assim como eles.

Ao invés de nos taxarmos como seres pensantes, deveríamos realmente aprender a pensar, porque de nada adianta poder pensar, se pensarmos sempre nas mesmas coisas e vivermos sempre do mesmo jeito. A maior qualidade do ser humano é a de ser um ser mutável, que sempre que quiser pode progredir. Então, vamos sair da toca e descobrir que o outro não é tão ou mais estranho do que nós.


Andréia Ribeiro Lemos

terça-feira, 14 de julho de 2015

"Conhece-te a ti mesmo"



Quanto tempo por dia você separa para se fazer companhia? Quanto tempo você passa pensando sobre a pessoa que é e a pessoa que almeja ser? Embora estejamos vivendo a era do egoísmo, não olhamos para dentro de nós, mas sim para o que há externo a nós, coisas que buscamos veementemente acreditando ser nossa fonte de felicidade.

Viver de maneira desregrada, não possuir metas que não sejam materiais, não conseguir passar um tempo sozinho, colocar o seu valor no que possui, não dar valor as pequenas coisas conquistadas pelo seu esforço, entre outros, é no mínimo uma falta de respeito com o seu próprio ser. É como dizer para si mesmo: “conforme-se, você é só isso”. É desistir de se conhecer por inteiro, deixando a mostra apenas o que de melhor se pode comprar e modificar em sua aparência. Para essas pessoas, passar um tempo sozinha é extremamente angustiante, afinal, ninguém se sente confortável na companhia de um estranho não é mesmo?

Não investir no autoconhecimento é mais um dos meios que existem para se anular. Vivem apenas por viver, sem por vezes entender suas atitudes e sentimentos. Não são donos de si, não entendem as origens de suas ações e não acreditam no seu próprio potencial. Não há melhor gratificação em ser reconhecido pelo o que há por essência em você, por algo que não se compra, uma riqueza que pode, por vezes, se parecer com a de muita gente, mas que nunca será igual a de ninguém.

Sempre haverá coisas novas e você sempre buscará, buscará e buscará por algo que vem de fora de você e que, consequentemente, ao ser adquirido não significará mais nada. O que vem de dentro, por outro lado, é quem você é, é algo que mesmo que você considere pouco te acompanha passo a passo na sua vida, e mesmo que as pessoas tenham carros, celulares e roupas iguais as suas, nenhuma delas será como você, nenhuma será movida pela mesma pulsão que te move.

Você pode viver com todas as coisas que se podem comprar no mundo e, provavelmente, sempre andará com pessoas que tenham o mesmo estilo de vida que você, mas sempre que ficar só e sentir o estranhamento que sua própria companhia te causa, sentirá o vazio e a inquietude de não se conhecer e não ser capaz de enxergar as possibilidades que tem, e quando uma pessoa não se conhece e não tem noção do que há de bom ou de ruim em si mesma, ela simplesmente não tem meios para mudar e evoluir.



Andréia Ribeiro Lemos

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Depósito de frustrações...



Quanto tempo um pai ou uma mãe levam para descobrir que um filho não é uma extensão deles? Que não são eles quem decidem as escolhas que ele irá tomar? Em alguns casos esses pais simplesmente não descobrem e esses filhos vivem vidas das quais não escolheram. Não é estranho que um pai/mãe faça planos para os seus filhos, mas até onde isso é saudável? Entender que um filho é puro e simplesmente um ser novo no mundo e não uma miniatura sua não é uma das preocupações eminentes dos pais.

Preocupações como: onde ele vai estudar, com quem esta andando, quando irá arrumar um emprego, se tira boas notas, se vai passar no vestibular, a que horas irá chegar em casa, se está andando por lugares perigosos, dentre outras, sempre são as preocupações principais dos pais no geral e de forma alguma estou dizendo que são inadequadas, mas quantos pais perguntam aos filhos se eles estão felizes? E quantos apoiam os seus sonhos “bobos”?

A verdade é que sendo esse filho planejado ou não, ele já nasce com o peso das frustrações dos pais, não é raro ver um pai desencorajando e desacreditando os planos de um filho com base nas suas experiências, baseado no simples conceito de que: “se não deu certo pra mim, não dará pra você” ou não aceitando uma ideia nova, uma coisa que não conhece como sendo o desejo de seu filho, sem muitas vezes nem procurar saber do que se trata.

Os preconceitos e os ciclos gerados e reproduzidos por gerações impedem que aceitemos que cada pessoa nasce com sua própria personalidade, sua própria forma de enxergar o mundo e vai se moldando conforme o seu crescimento. O que mais encontramos por aí são pais que ao invés de ensinar buscam de certa forma adestrar crianças, pais que ao invés de agirem como mediadores dos filhos ditam regras e verdades, que só aceitam as escolhas dos filhos se coincidirem com as deles e quando não coincidem tratam o filho de forma diferente deixando claro que não o aceitam naquilo que ele escolheu, em outras palavras que não o amam simplesmente por eles serem os seus filhos, mas que esse amor depende da forma como ele resolver levar a vida.

Amor é amor e admiração é admiração, não importa o quanto você não admire as escolhas do seu filho ou mesmo de qualquer pessoa, independente disso você ainda pode ama-la e encoraja-la a ser feliz. A sua vida depende de suas escolhas e a dos seus filhos das escolhas deles, nenhuma depende da outra para acontecer, mas as pessoas precisam se respeitar para que consigam viver juntas. Não é uma continuação de você que nasce, é uma vida nova com inúmeras possibilidades que começa a existir.




Andréia Ribeiro Lemos

segunda-feira, 6 de julho de 2015

"Eu posso estar sozinho, mas eu sei muito bem aonde estou..." ♪




Qual o seu conceito sobre ser sozinho? ...

Há pessoas e pessoas e há concepções e concepções, mas o que você faz com o que você entende por ser sozinho? Ser sozinho é uma condição do ser humano, você pode até encontrar uma pessoa que goste praticamente das mesmas coisas que você, mas não uma que fará junto com você todas as coisas que você deseja e irá sempre com você aos lugares que você gosta. Ser sozinho é saber que a companhia será sempre bem-vinda, mas que a falta dela não deve me impedir de fazer ou estar onde quero.

Mas o que fazer quando essa solidão está relacionada a dor? Todos sofremos por inúmeros motivos e nem sempre temos o apoio que precisamos ou que queremos. Existem pessoas de todos os jeitos, mas quando estamos em sofrimento e não temos recursos internos para lidar com esse sofrimento depositamos nossa esperança numa ajuda externa, em outras palavras esperamos que alguém faça por nós o que não conseguimos fazer por nós mesmos. Quando temos em nossa vida pessoas com essa habilidade de dar colo, de conseguir minimizar nossa dor a vida flui e tempos depois conseguimos retomar de onde paramos sem grandes sequelas emocionais. Mas e se essas pessoas habilidosas não existirem na sua vida? O que há de mais doutrinado hoje em dia é a individualização, em outras palavras cada vez ficará mais difícil encontrar pessoas acolhedoras, mas não é essa realmente a questão... A questão é: quem deve lidar com a sua dor? Assim como no exemplo do começo a ajuda deve ser aceita quando vier, mas sua superação não deve depender dessa ajuda que por vezes não virá.

Ser sozinho não deve ser sinônimo de lamentação ou de revolta, ser sozinho é simplesmente ser você com tudo o que você é. Momentos difíceis sempre existirão para todos, o mundo continua girando independente do que aconteça, as pessoas ao seu redor passam por diferentes sofrimentos ao mesmo tempo em que você sofre. É justo pedir as pessoas que se esqueçam de suas próprias vidas para acolher o seu sofrimento? Quantas vezes você já fez isso por elas? Pensar a dor como justificativa para agir de maneira que machuque, culpe ou afaste as pessoas não te trará nenhum tipo de alívio, pelo contrário, a verdadeira solidão não é a de arcar com os seus próprios sentimentos, mas a de não se dar a alegria de viver em grupo. A sua dor será sempre sua, independente de ter ajuda ou não só quem a sente é você, só você pode superá-la e aprender a conviver com ela.

Entender que na vida nem sempre há culpas ou culpados e que por vezes não teremos ajuda se não de nós mesmos e aprender que nosso melhor cúmplice  está do outro lado do espelho, não é gostar de viver sozinho, ser individualista ou ter que se afastar de pessoas estimáveis, é simplesmente conseguir encarar o que nos acontece sem precisar da ajuda de segundos, terceiros ou quartos, mas que sempre que essa ajuda vier ela será bem-vinda... Não guarde mágoa por ter passado por turbulências sozinho, guarde amor por ter recebido esse amor em algumas dessas turbulências.


Andréia Ribeiro Lemos

Como lidar com a perda?


Na vida a única certeza que realmente temos é a de que morreremos, mas não estamos preparados e não sabemos o que fazer quando a morte nos atinge. Não a nós propriamente ditos, mas as pessoas que amamos.

Sentimentos de culpa, fixação em memórias perdidas, vontade de voltar no tempo, não conseguir lembrar da pessoa sem sentir uma tristeza profunda, o que fazer? Não existe melhor maneira de lidar com a dor a não ser enfrentando-a. Enfrentar nesse caso quer dizer sentir. Apenas sinta! A morte é irremediável, mas o seu sentimento em relação a ela é mutável e depende da sua vontade. Perder alguém querido significa perder uma parte de você, seja alguém muito próximo ou alguém que faça parte da sua história de alguma forma. Essa parte de você que se foi pode e deve ser transformada, simbolizada de maneira diferente. Não é fácil e não é uma simples decisão, é um processo, transformar a culpa em compaixão por si mesmo, em outras palavras em um simples “eu sei que foi pouco e que eu podia fazer diferente, mas eu fiz o que pude, fiz o que sabia, fiz o que sentia que devia fazer no momento”. Transformar a tristeza que a falta da pessoa faz em alegria por ter vivido ao seu lado, se sentir honrado por ter feito parte da vida de alguém tão querido que certamente teve muito a te ensinar e a aprender com você.

Tudo o que se diz a esse respeito pode soar como um clichê ou como autoajuda barata e sempre será pouco. O caminho rumo a superação vem da pessoa que sente, do seu modo de internalizar a morte, da sua vontade de continuar com tudo o que te restou. Superar não é e nunca será esquecer, as pessoas que amamos ficam em nós e se existe algo do qual não devemos temer é o medo de esquecer as pessoas que amamos que se foram. Superar nesse caso quer dizer lembrar com sabedoria, lembrar com inteligência emocional o suficiente para saber que independente do plano que nos separa a sensação que temos ao lembrar de alguém é a forma como ela gostaria de ser sentida, e de viver através de nossas memórias. É certo que ninguém pode afirmar com certeza o que existe além de nós, além da vida, mas independente da sua crença e da sua religião o que esperamos é que haja um reencontro e que em algum momento todos estaremos juntos. Quando esse dia chegar de que forma você gostaria de revelar aos seus entes queridos a falta que eles lhe fizeram? Gostaria de falar que perdê-los fez com que você se abdicasse totalmente da sua vida ou que você os usou como exemplo e como impulso para uma vida feliz? Mesmo que seja difícil e que nossa mente nos leve por vezes a caminhos tortuosos a escolha sempre será nossa. Vai lembrar com alegria das pessoas que você ama ou vai usa-las como empecilho na sua vida?

Tudo o que vivemos está tatuado em nós, nossos medos, frustrações, desejos, saudade... e muito, muito mais. O que devemos sentir é saudade, essa saudade que rasga de dentro pra fora e que não tem meios de ser solucionada, mas que se quisermos nos impulsiona a viver momentos memoráveis com as pessoas que amamos que ainda estão perto de nós e que serve de exemplo para que não desperdicemos momentos preciosos por seja qual for o motivo. É lembrar da pessoa com carinho e com uma nostalgia terrível mas conseguir dizer para ela onde quer que ela esteja: “Um dia a gente se vê!”



Andréia Ribeiro Lemos

domingo, 5 de julho de 2015

Introspectiva por opção


Seria covardia guardar para si aquilo que borbulha dentro de você? Melhor do que se perguntar isso é se perguntar se alguém ligaria ou realmente ouviria o que você tem a dizer. Quantas vezes você falou, falou e a única sensação que teve depois do seu desabafo foi a de que nada daquilo fazia sentido? Quantas vezes se sentiu como alguém que fantasia e que não vê as coisas como elas realmente são?

As pessoas oferecem o desprezo, como se desqualificar o seu discurso e fingir que nada do que você diz faz sentido fizesse com que você deixasse de lado o que te causa angústia. E agora, será que realmente se deve falar tudo o que se sente? Guardar para você mesmo o que já está dentro de você é pior do que contar para alguém que não te entende e nem faz questão de te compreender? 

De certo que certas vezes precisamos de alguém que nos escute, mas para isso precisamos aprender a reconhecer quem são as pessoas que merecem saber sobre os nossos sentimentos, quais são as pessoas que estão interessadas no seu mundo particular e nas possibilidades que existem nele. Quando tudo sair do controle e você não puder aguentar aquilo que emerge de dentro para fora de você é imprescindível se assegurar de que não vai se expor para qualquer um, é necessário fazer uma divisão sem culpa, a divisão entre as pessoas que só estão com você quando tudo está bem e quando você é boa companhia e aqueles que merecem sua confiança e uma pequena parte de você. Não por mera curiosidade, mas por respeito a sua forma de ver e sentir o mundo.




Andréia Ribeiro Lemos

Pessoas manipuláveis vs Pessoas manipuladoras

Impressionante o quanto uma precisa da outra para sobreviver, de um lado o manipulador, que precisa que as pessoas sejam do jeito que ele quer, do jeito que lhe proporcione bem-estar. Do outro uma pessoa manipulável, uma pessoa que sente a necessidade de agradar o outro para ser aceita, uma pessoa com problemas de autoestima.

Funciona como um ciclo onde um sempre vai precisar do outro para cumprir sua função. Nenhum dos dois age necessariamente consciente de seus atos, é a vida interiorizada e sua estruturação psíquica conforme aprendeu na sua história que determina as suas ações. Mudar esse funcionamento é extremamente difícil, é um processo em que você abre mão de tudo o que internalizou como pessoa e de como enxerga o outro.


Não irei falar do ponto de vista dos manipuladores, falarei daquilo que vivenciei durante a minha trajetória. Aceitar o que o outro lhe impõe por medo de ser exatamente aquilo que é, medo de desapontar, de não ser amado caso aja conforme sua própria vontade e medo do que “os outros vão pensar” é anular por inteiro sua verdadeira personalidade, seus desejos, seu verdadeiro self. Tomar consciência dos seus atos é doloroso, aceitar que você vive de acordo com o que lhe é imposto é uma ideia que causa a princípio bastante estranhamento. 


Como viver de uma forma que você nunca viveu? Como ter forças para lidar com as situações que te puxam pra baixo e que tentam com tanta força te fazer regredir? De forma consciente ou não as pessoas com tendências manipuladoras que sempre modelaram os seus atos e sabiam exatamente o que fazer para que você agisse da forma que para eles fosse mais conveniente não vão abrir mão tão fácil de algo que os servia tão bem.


Calma, na minha opinião é a palavra que descreve esse processo, não há motivos para que a mudança ocorra de uma hora para outra, se respeitar é imprescindível principalmente para uma pessoa que já não respeitou suas vontades por tanto tempo. O mínimo detalhe, a menor das mudanças de comportamento, já geram efeito e é importante que você esteja preparado para os ataques que vão surgir. Do mais, continue seu trajeto com as pessoas que gostam de você pelo simples fato de você ser você, sem que você precise se moldar ao padrão do outro. Há uma riqueza incomparável na diferença e em quem respeita a existência desta.




Andréia Ribeiro Lemos