Algumas
pessoas acham que ser de um único jeito, viver sempre fazendo as mesmas coisas,
passar horas falando sobre ela mesma a outras pessoas e ser completamente
definível, sejam meios de afirmar a sua personalidade ao mundo, uma forma de
deixar claro o tipo de pessoa que é ou a pessoa que acha que é.
A questão é
que quanto mais o tempo passa mais o mundo vai se constituindo de pessoas
previsíveis e sem muitos atrativos. Pessoas que não se deixam experimentar
coisas novas, não testam seus limites, não tem interesse em conhecer outras
culturas e outras formas de vida, não buscam ao menos informações diferentes
das que estão acostumadas a ter.
Afinal,
quem foi que disse que uma pessoa precisa seguir um perfil? Por que ao gostar
de uma coisa a pessoa tem automaticamente que não gostar de outra? Temos
tendência a achar que se uma coisa é o oposto da outra elas são automaticamente
rivais, e para não confundir os outros, simplesmente escolhemos aquilo que
queremos que nos represente, como se o ser humano tivesse uma única definição.
E assim vamos nos limitando...
Você
realmente acha que viemos ao mundo para viver de forma quadrada e simplesmente
julgar as pessoas que vivem diferente de nós? Ou será que podemos conhecer as
pessoas, todas com as suas diferentes formas de vida e sempre que pudermos,
formar ou mudar de opinião? O conhecimento é parte fundamental no processo de
crescimento de uma pessoa, não se fechar para o que é diferente e saber que
cada experiência possui um aprendizado é uma qualidade que poucas pessoas
possuem.
Quando se
vive sem preceitos e preconceitos, se vive livre das amarras estabelecidas pela
sociedade, se vive de maneira mais honesta com você mesmo, porque quando você
não se preocupa em simplesmente seguir um modelo você pode viver situação por
situação sem a partir de uma já estabelecer resistência a outra. Diferentemente
dos animais, nós, seres humanos, temos a capacidade de mudar sempre que
quisermos, mas ficamos tanto tempo nos gabando e nos julgando como seres
superiores que acabamos vivendo de um jeito programado assim como eles.
Ao invés de
nos taxarmos como seres pensantes, deveríamos realmente aprender a pensar,
porque de nada adianta poder pensar, se pensarmos sempre nas mesmas coisas e
vivermos sempre do mesmo jeito. A maior qualidade do ser humano é a de ser um
ser mutável, que sempre que quiser pode progredir. Então, vamos sair da toca e
descobrir que o outro não é tão ou mais estranho do que nós.
Andréia
Ribeiro Lemos
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