sexta-feira, 17 de julho de 2015

“Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante...” ♪



Algumas pessoas acham que ser de um único jeito, viver sempre fazendo as mesmas coisas, passar horas falando sobre ela mesma a outras pessoas e ser completamente definível, sejam meios de afirmar a sua personalidade ao mundo, uma forma de deixar claro o tipo de pessoa que é ou a pessoa que acha que é.

A questão é que quanto mais o tempo passa mais o mundo vai se constituindo de pessoas previsíveis e sem muitos atrativos. Pessoas que não se deixam experimentar coisas novas, não testam seus limites, não tem interesse em conhecer outras culturas e outras formas de vida, não buscam ao menos informações diferentes das que estão acostumadas a ter.

Afinal, quem foi que disse que uma pessoa precisa seguir um perfil? Por que ao gostar de uma coisa a pessoa tem automaticamente que não gostar de outra? Temos tendência a achar que se uma coisa é o oposto da outra elas são automaticamente rivais, e para não confundir os outros, simplesmente escolhemos aquilo que queremos que nos represente, como se o ser humano tivesse uma única definição. E assim vamos nos limitando...

Você realmente acha que viemos ao mundo para viver de forma quadrada e simplesmente julgar as pessoas que vivem diferente de nós? Ou será que podemos conhecer as pessoas, todas com as suas diferentes formas de vida e sempre que pudermos, formar ou mudar de opinião? O conhecimento é parte fundamental no processo de crescimento de uma pessoa, não se fechar para o que é diferente e saber que cada experiência possui um aprendizado é uma qualidade que poucas pessoas possuem.

Quando se vive sem preceitos e preconceitos, se vive livre das amarras estabelecidas pela sociedade, se vive de maneira mais honesta com você mesmo, porque quando você não se preocupa em simplesmente seguir um modelo você pode viver situação por situação sem a partir de uma já estabelecer resistência a outra. Diferentemente dos animais, nós, seres humanos, temos a capacidade de mudar sempre que quisermos, mas ficamos tanto tempo nos gabando e nos julgando como seres superiores que acabamos vivendo de um jeito programado assim como eles.

Ao invés de nos taxarmos como seres pensantes, deveríamos realmente aprender a pensar, porque de nada adianta poder pensar, se pensarmos sempre nas mesmas coisas e vivermos sempre do mesmo jeito. A maior qualidade do ser humano é a de ser um ser mutável, que sempre que quiser pode progredir. Então, vamos sair da toca e descobrir que o outro não é tão ou mais estranho do que nós.


Andréia Ribeiro Lemos

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