terça-feira, 25 de agosto de 2015

Mesmo que seja estranho, seja você ♪


"Nem teus piores inimigos podem fazer tanto dano como teus próprios pensamentos". Buda

A nossa vida, embora contenha acontecimentos externos e que não podemos controlar, é definida por nós. Pelo o que pensamos, pelos nossos atos mediante conflitos e pela nossa forma de ver o mundo. Há quem não acredite que podemos mudar a situação em que nos encontramos apenas mudando a nossa forma de pensar, porém, observe. 

As pessoas mais felizes que conheço não são as que possuem a melhor vida, o melhor corpo ou as melhores coisas materiais. As pessoas mais felizes que conheço são as que independente da situação não se deixam abater. Não se deixar abater não significa nunca ficar triste, não confundam, a tristeza é parte da vida, é uma das emoções que constituem o ser humano. Não se abater é ter a capacidade de mesmo triste seguir em frente.

O mundo é cheio de comparações, fulano é melhor nisso, fulano é melhor naquilo, mas quem foi que disse que você precisa competir com alguém? Quem foi que disse que as suas potencialidades precisam ser medidas a de outro? Se todos somos diferentes, por que você acha que viver da forma que uma outra pessoa vive te fará feliz?

Aprendemos desde cedo que devemos vencer, que devemos superar os outros, raramente encontraremos uma pessoa que aprendeu desde criança que a melhor forma de viver é vencendo e superando a si mesmo. Já parou para pensar que existe um motivo pra você ser exatamente quem você é? Se todos formos imitar os ideais de todos os tipos que existem no mundo, que sentido teria em termos nascido diferentes?

Precisamos ter em mente que estamos aqui para melhorar, melhorar nossa forma de viver, nossa forma de pensar, nossa maneira de tratar os outros e a nós mesmos. Melhorar como a pessoa que somos e não como alguém que consideramos melhor por qualquer que seja o motivo. Exercite! O seu corpo, a sua energia, escutam tudo o que você pensa, melhore a sua forma de ver o mundo e o mundo retribuirá a energia para você.

Pior do que quando as pessoas desistem da gente é quando nós desistimos e não acreditamos que fomos feitos para ser mais do que somos. A vida pede leveza. Não se leve tão a sério, não se critique tanto, não seja tão cruel com você mesmo. Se todos seguirmos um mesmo padrão ficará impossível diferenciar o belo do feio, se todos formos iguais não haverá margem para a verdadeira beleza.

Bonito é não ter medo de ser quem você é, é admirar as pessoas pelo o que elas são e não se sentir menor por ser diferente, é entender que quanto menos padrão você seguir, mais honesto estará sendo com você e com as pessoas ao seu redor. Eu não sei vocês, mas pra mim a honestidade é o melhor jeito de julgar a beleza de uma pessoa.


Andréia Ribeiro Lemos

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Expectativa como fonte de frustração

Quantas pessoas que você conhece colocam a felicidade nas mãos de outra pessoa? Se perguntadas elas dirão em consenso que a felicidade só depende delas mesmas. Porém ao observarmos as pessoas e as relações nas quais estão envolvidas não veremos isso na prática.

Pais que só se sentem felizes quando sentem que possuem total controle sobre os filhos, filhos que só estão felizes quando seus pais fazem tudo o que eles querem, casais que colocam a felicidade nas ações do(a) parceiro(a), amigos que acham que precisam controlar cada passo seu, para manter o controle e estar satisfeito com a relação, e muitos outros...

O que tem de mais comum no mundo, são pessoas que falam uma coisa e agem de forma completamente oposta ao que pregam. Nesse caso, em especial, nem sempre será porque a pessoa não tem coragem de admitir ou porque tem necessidade de se autoafirmar, ela simplesmente pode não saber que vive dessa forma.

Repare. Você precisa ter total controle sobre uma situação para que se sinta satisfeito com ela? Você consegue lidar de forma criativa quando uma pessoa não tem a reação que você esperava dela mediante algum acontecimento? Você se sente infeliz com o erro de outra pessoa? Ta certo que alguns erros, quando a pessoa é muito próxima, nos afetam diretamente. Mas quem deve sofrer mais? Você ou quem errou?

Estamos sempre esperando algo das pessoas e das relações, porém a realidade está bem a nossa frente e só não a enxergamos se não quisermos. Ao invés de ficar fantasiando, imaginando cenas e moldando o comportamento e a fala das outras pessoas, podemos simplesmente enxerga-las como elas realmente são. Na convivência temos diversos exemplos da personalidade de uma pessoa em sua fala, no seu comportamento, nos filmes e músicas que ela gosta, nos lugares que gosta de ir e tantas outras coisas que revelam quem ela é.

É. Eu sei, as pessoas na nossa cabeça por vezes são muito melhores do que realmente são, e por isso é tão confortável manter a imagem que criamos a respeito delas, mas, nós vivemos na realidade e para o nosso bem é melhor que aprendamos a viver fora da fantasia. Quando enxergamos as pessoas como elas realmente são, paramos de criar expectativa sobre quem gostaríamos que elas fossem.

Manter as pessoas na sua vida, significa aceitar a diferença. Por mais parecida que uma pessoa seja de você, sempre haverá algo em que irão discordar. Aceitar a diferença é um processo de maturação, não é achar que só a sua opinião é que vale, ou anular a sua opinião mediante a do outro, é um simples: "Ei! nós somos diferentes. Vamos entrar num acordo quanto a isso?" 

Pare de tentar controlar as pessoas ao seu redor e descubra o quanto a diferença que elas possuem tem para te ensinar. E se uma uma situação não acontece da forma que você esperava, aprenda e desenvolva um novo repertório a partir dela.


Andréia Ribeiro Lemos

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

A leveza de amar



O conceito geral sobre o amor é o de que quando amamos estamos sempre perto, estamos sempre vivendo em prol de alguém, estamos sempre entendendo e aceitando a outra pessoa independente do que aconteça.

Não existe nenhum tipo de manual, ou uma regra que ensine como amar e para complicar ainda mais, existem vários tipos de amor. Não há uma maneira certa de amar, há apenas algumas perguntas que você deve se fazer em relação a convivência com outra pessoa. Essa relação me faz bem? Que tipo de sentimento essa pessoa gera em mim? Ela me impulsiona ou me faz estagnar? Eu consigo enxergar minhas potencialidades ao seu lado? e por aí vai...

Essas perguntas podem e devem ser feitas em todo tipo de relação, sejam amorosas, familiares ou na amizade. As pessoas tem dificuldade de abrir mão de relações que não funcionam mais, e mais dificuldade ainda para entender que se afastar não é deixar de amar. Não precisamos manter em nossas vidas pessoas que não fazem com que a nossa vida se torne mais leve, que não possuem braços acolhedores e que não respeitam nossa forma de viver. 

Amar muitas vezes é abrir mão. Se não está gerando bons sentimentos, se não há afinidade na essência, se as formas de viver estão em lados opostos, por que forçar uma relação? Eu sei, é difícil se afastar do mundo que você conhece, da sua zona de conforto, mas se não está te ajudando a crescer como pessoa, não está te fazendo sentir coisas boas, para que está servindo?

Temos a tendência de não nos afastar das pessoas por gratidão. Gratidão aos momentos vividos, as fases que superamos juntos e a tudo o que diz respeito a essa relação. Mas ser grato não é manter uma relação que não evolui, que não te faz evoluir. Gratidão é reconhecer tudo o que foi vivido, respeitar aquela pessoa que passou por tudo aquilo ao seu lado e amar essa pessoa independente do rumo que suas vidas levaram. Você poder amar uma pessoa que passa anos sem ver, em contrapartida, você pode passar a odiar uma pessoa da qual você se recusou a abrir mão no momento em que sentiu que deveria fazer isso.

Quanto mais leve você conseguir sentir a vida, é sinal de que você conseguiu escolher as pessoas certas para caminhar ao seu lado, pessoas que em algum momento pode ser que você tenha que abrir mão, mas que independente de tudo, de estar perto ou não, você continuará amando. Não são as escolhas das pessoas que fazem com que você as ame. As escolhas fazem com que você decida se ela fará parte da sua caminhada ou não, amor é outra coisa.

Você pode amar todas as pessoas que fizeram parte da sua história, independente se elas estão fazendo parte agora, a única pessoa que sempre irá fazer parte da sua vida enquanto você existir é você mesmo. Respeite e ame a si mesmo, quando se consegue fazer isso, fica mais fácil amar, perdoar e entender as outras pessoas.

Fique perto de pessoas que te fazem bem e que você sente que pode fazer o mesmo por elas. Mas ame e respeite aqueles que fizeram parte do seu crescimento em algum momento.


Andréia Ribeiro Lemos

terça-feira, 4 de agosto de 2015

A vida em pontos


Enquanto estivermos vivos e tivermos a capacidade e o direito de fazer nossas escolhas, vamos seguir pontuando a vida. As histórias que vivemos, embora não prestemos atenção em tudo, são o que com o passar do tempo vão nos definindo como pessoas e mostrando o caminho que gostaríamos de seguir.

No meio do turbilhão de acontecimentos, da nossa vida ou das coisas que vemos acontecer no mundo, vamos reavaliando a nossa forma de pensar ou pelo menos é o que deveríamos fazer. Se formos repensar a vida, de maneira mais prática que emocional, vamos nos deparar com o seguinte pensamento: Em todas as histórias que vivemos, todas com seus diferentes temas e personagens, tudo o que passamos foi estabelecido por nós, pelo jeito que observamos a situação e pelas pessoas que deixamos fazer parte dela.

Tem pessoas que tem tendência a sempre dividir a vida com vírgulas, deixando tudo sempre em aberto, esperando que a situação se resolva sozinha. Outras preferem colocar um ponto final em tudo que não as agradam de alguma forma, não deixando espaço para uma segunda chance em nada.

Quando saber que pontuação colocar em uma situação? Essa é uma das dúvidas e uma pontuação (?) que a vida também coloca nas nossas histórias. Independente se fechamos histórias por completo, se colocamos uma vírgula por não conseguir ver uma etapa se fechar ou se ficamos na dúvida do que fazer, o melhor da vida, na minha opinião, sempre serão os momentos em que podemos fechar uma parte da história com uma exclamação. A parte em que não há dúvidas, pontos definitivos, nem uma pausa na narração. É a parte em que simplesmente vivemos o que dá para sentir, a parte em que temos de nos lembrar como respirar porque até o mais primitivo dos atos é esquecido pela euforia do momento.

Enquanto todo o resto da vida por vezes tenha um efeito letárgico e te faça viver apenas com o que você supõe que seja o que se deve fazer, o que as pessoas esperam de você, nesse outro e único momento você tem certeza de quem você é e do que gosta de fazer e de ser. É quando você não consegue rir baixo e nem manter a pose, é quando tudo que você construiu para a sua boa imagem não faz o menor sentido e você não pensa duas vezes antes de colocar tudo a perder, é não se preocupar em ser ridículo por um instante.

É claro que não se deve viver apenas desse momento, ele deve ser exatamente isso... “um momento”. Há pessoas que vivem a vida como se não houvesse com o que se preocupar e outras que não se deixam levar por nenhuma situação e precisam ter o controle de tudo, mas, dentro de uma vida típica, com preocupações, responsabilidades e diversão, podemos apreciar esse momento sempre que nos for possível vive-lo.

O que acontece no decorrer da vida pode ser estabelecido por nós, ou a pontuação de certa história pode ser colocada por outro, mas esse momento é inteiramente nosso. Sem programação, sem tanta auto monitoração, sem medo de não ser apreciado. É a realidade do que somos, é o nosso momento inteiramente revelado em espontaneidade.



Andréia Ribeiro Lemos