quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Quem pode prever?


Pareceu errado, foi o oposto;
Agiu como todos disseram ser o certo, ignorou sua autenticidade;
Pensou em voltar, firmemente continuou;
Tentou prosseguir, paralisou sua evolução;
Fez planos, não se reconheceu dentro deles;
Viveu sem roteiros, atingiu objetivos que nem sabia ter;
Ficou para traz, cresceu;
Passou a frente, sentiu-se só;
Andou em grupos, se anulou;
Andou só, não se encaixou;
Viajou, voltou a mesma;
Mergulhou em pensamentos, não mais voltou pelos velhos caminhos;
Se fechou para os afetos, perdeu oportunidades;
Se abriu para o mundo, se machucou;
Viveu em busca de segurança, acidentou a alma;
Não se conformou com os manuais, andou em caminhos sem respostas;
Perdeu a razão, a noção e o foco...
Ganhou amor, nem que seja por si mesma.


Andréia Ribeiro Lemos

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

O que você carrega?


Enquanto o passar do tempo pesa e acumula destroços
Há quem diga que as experiências só fazem somar...
Enquanto tudo é lamentado e distorcido ao seu próprio benefício
Há quem viva no mundo real e encare as situações da forma como realmente são...
Enquanto a percepção é tida como único e verdadeiro ponto de vista
Há quem se interesse pela visão do outro...
Enquanto alguns carregam o peso da idade
Há quem tenha maturidade para seguir com leveza...
Enquanto uns colecionam momentos
Há quem celebre sensações...
Enquanto a vida passa rasa e vagamente
Há quem mergulhe em seus próprios sentimentos...
Enquanto a vida é programada e livre de espontaneidade
Há quem vá na direção que sentir ser a mais honesta...
Enquanto alguns carregam a vida como uma bagagem pesada
Há quem só tenha nuvens na mala...
É você quem decide se vai arrastar a vida ou se vai voar com ela.


Andréia Ribeiro Lemos

sábado, 10 de setembro de 2016

Livre, pra encontrar motivo outra vez ♩ ♫


Você sabe por que é tão difícil mudar? Porque a mudança envolve pequenos processos de luto. O luto de toda uma forma antiga de viver, a restruturação de antigos costumes, a reconfiguração das amizades e um novo projeto para o futuro. Vivemos com a errônea impressão de que temos o controle das situações, de que sabemos onde pisamos e de que estamos preparados para o que vier. Errônea mesmo.

O amadurecimento, para quem não se satisfaz em viver de olhos fechados, é diário. A percepção dos acontecimentos não espera nem mesmo os pensamentos, tudo é sentido muito antes de ser entendido. Pra quem possui uma essência inquieta que não se contenta com as respostas que o mundo dá, vai ficando cada vez mais difícil permanecer. 

Abrir mão das ilusões que vamos acumulando no nosso percurso desde o dia que nascemos é doloroso. Escolher uma coisa, envolve simultaneamente a perda de alguma outra, escolher não fechar os olhos para os acontecimentos a sua volta, inclui perder todas as suas certezas e ilusões. A ideia de que tudo é finito, pode parecer boba ou óbvia, mas mesmo sabendo disso as pessoas ainda baseiam suas relações como boas ou ruins, verdadeiras ou não, com base no tempo. Tudo é finito, tudo é mutável, tudo se reorganiza de alguma forma.

Não pertencemos ao mundo, não pertencemos uns aos outros e a maioria das pessoas não pertence a si mesma. A noção de que temos que viver segundo o que o mundo e as pessoas esperam de nós, nos tira nossa maior riqueza, que é a nossa liberdade. Em contrapartida, assumir nossas opiniões, gostos e a necessidade de ir ou ficar onde estamos, nos dá total responsabilidade pelo que virá futuramente. É mais fácil se decepcionar e ser aceito pelos outros ou viver da sua maneira correndo o risco de não ser aceito por ninguém?

Conviver com a ideia de que o que você está vivendo agora, talvez não vá fazer o menor sentido amanhã, tira a sua certeza, a sua segurança do que terá adiante. Viver com os pés no chão, mas sem amarras, não é pra qualquer um, é por isso que as pessoas mais livres que você conhece não conseguem viver em bando.



Andréia Ribeiro Lemos

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

O que cabe a você?


Vivendo num turbilhão! Ao contrário das outras pessoas, não acho que as coisas se resolvam de forma externa, é necessária uma mudança íntima para que em algum momento essa se torne uma atitude externa. Confuso né? Nem tanto. Confuso mesmo é entender que nada acontece segundo a sua vontade, e que por mais que você tente consertar algo, provavelmente isso não depende só de você.

Você está envolvido em uma porção de momentos desconcertantes, vivendo situações das quais entende muito pouco? Qual a sua parcela de culpa na situação? Sim! É exatamente isso. Nenhuma relação é composta por somente uma pessoa, e tudo o que acontece, acontece envolvendo as pessoas e as suas interações. Vamos pensar sobre isso...

Todos os momentos de nossa vida são construídos por pessoas e com as relações que temos com estas, os erros não selecionam as pessoas ou a forma com que estas enxergam a vida, o erro faz parte do ser humano e errar é uma ferramenta primordial para o crescimento. O que você faz com os seus erros? Você os reconhece como seus ou prefere passar seu tempo formulando teorias e argumentos para direcioná-los a outra pessoa?

O que é mais importante, crescer e evoluir, ou querer ter sempre razão? A resposta parece óbvia quando colocada dessa forma, mas na prática todos sabemos que não funciona bem assim. Quantas vezes em meio a um desentendimento as pessoas envolvidas direcionaram toda a culpa pra você? Quantas vezes alguém demonstrou empatia pela sua parte da história? E você soube como agir mediante essa empatia?

Na vida há uma série de desentendimentos, contradições e decepções, e aos que se intitulam maduros por quererem resolver as situações sempre na conversa, eu peço minhas sinceras desculpas, mas com algumas pessoas não vale a pena.



Andréia Ribeiro Lemos