domingo, 5 de julho de 2015

Introspectiva por opção


Seria covardia guardar para si aquilo que borbulha dentro de você? Melhor do que se perguntar isso é se perguntar se alguém ligaria ou realmente ouviria o que você tem a dizer. Quantas vezes você falou, falou e a única sensação que teve depois do seu desabafo foi a de que nada daquilo fazia sentido? Quantas vezes se sentiu como alguém que fantasia e que não vê as coisas como elas realmente são?

As pessoas oferecem o desprezo, como se desqualificar o seu discurso e fingir que nada do que você diz faz sentido fizesse com que você deixasse de lado o que te causa angústia. E agora, será que realmente se deve falar tudo o que se sente? Guardar para você mesmo o que já está dentro de você é pior do que contar para alguém que não te entende e nem faz questão de te compreender? 

De certo que certas vezes precisamos de alguém que nos escute, mas para isso precisamos aprender a reconhecer quem são as pessoas que merecem saber sobre os nossos sentimentos, quais são as pessoas que estão interessadas no seu mundo particular e nas possibilidades que existem nele. Quando tudo sair do controle e você não puder aguentar aquilo que emerge de dentro para fora de você é imprescindível se assegurar de que não vai se expor para qualquer um, é necessário fazer uma divisão sem culpa, a divisão entre as pessoas que só estão com você quando tudo está bem e quando você é boa companhia e aqueles que merecem sua confiança e uma pequena parte de você. Não por mera curiosidade, mas por respeito a sua forma de ver e sentir o mundo.




Andréia Ribeiro Lemos

Nenhum comentário:

Postar um comentário