domingo, 25 de fevereiro de 2018

Solitude



Ela acordou, fez o café, se serviu de uma xícara bem grande e sentou perto da janela pra observar o vento mexer nas folhas das árvores. Não precisava olhar pro lado, nem procurar por ninguém, muito menos pegar o celular cheio de mensagens vazias, pra saber que nada importava, a muito tempo já vinha sozinha. 
Olhava as árvores, tomava café e pensava com leveza sobre todas as intempéries que passou. Um grande "ufa!" ecoou em sua cabeça. "Que bom que estou só". 
Pensou na ajuda que lhe foi negada, nas trapalhadas de quem fingia ajudar pra satisfazer o próprio ego e no quanto só conseguia sentir amor por todas aquelas pessoas. É que se não fosse por elas não teria aprendido que embora adorasse andar acompanhada sabia muito bem andar sozinha. Não teria aprendido que sua fisionomia doce passava longe, bem longe de ser frágil como supunha. Tomou outro gole de café, deu um sorriso e desejou felicidade pra todas aquelas pessoas que sem querer fizeram com que ela se sentisse mais feliz com ela mesma.
E como é doce o gosto do café quando está acompanhado por uma alma serena.


Andreia Ribeiro Lemos

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