terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Encontro



A Coruja, observadora e mística, encontra-se com a Águia, também observadora e muito veloz. Ambas são aves majestosas. Enquanto a águia destemida, abre caminho e alcança seus objetivos com rapidez, a coruja sábia e possuidora do seu próprio tempo, age lentamente e observa as paisagens por onde passa. A Coruja, embora tenha planos, está sempre aberta para experiências e para o que a vida traz no momento, a Águia, traça seus objetivos e, por mais atrativos que outra experiência possa ter, não desvia o seu caminho. Por serem aves de rapino, possuem visão e audição apurados, podendo ver e ouvir além do que os outros pássaros conseguem. Observaram-se por muito tempo, instigadas e amedrontadas uma pela outra, cada uma com as suas limitações, cada uma com seus motivos para tentar uma aproximação ou para se afastar. Incapazes de darem as asas, voam cada uma a sua maneira, tendo se encontrado e se encantado uma pela outra na passagem de um objetivo em comum, porém, continuam agora cada uma no seu próprio caminho. Um encontro de mundos, de essências, que podem teimar em manter uma ligação ou voar cada uma no seu propósito.

Se encontrar nessa vida com espécies diferentes, além de natural, é enriquecedor e faz com que cada uma agregue novas características e se misture em suas diferentes essências. O que torna tão difícil que encontros não sejam somente encontros?
Os planos? As resistências? Uma infinidade de coisas que cada uma carrega...

Que contem então com o acaso, cada uma no seu caminho, no seu tempo, nos seus projetos, à espera de que um dia os voos se cruzem.



Andréia Ribeiro Lemos

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