Ela
sabia que sempre que o encontrasse a sensação seria essa, algo nele a tirava da
realidade e a fazia perder dias a fio, planejando encontros e conversas que tão
cedo não aconteceriam. Nas primeiras vezes em que esses remotos encontros
aconteceram ela reprimiu o máximo que pôde suas fantasias, ocupando-se o mais
que pudesse, mas em algum momento acabava por ficar livre novamente não tendo
como fugir dos pensamentos.
Deixou-se
então ser inundada por eles, quanto mais pensava e fantasiava, mais se deixava
levar, na esperança de que com o tempo isso simplesmente perdesse a graça, e a
sensação, o êxtase de imagina-lo ao seu lado sumisse, a ponto de poder pensar nele
como pensa em qualquer outra pessoa. Percebeu que nunca se cansaria e que a admiração só se intensificava.
Embora
tentasse sublimar todos os sentimentos que vinham à tona, não conseguia
atribuir significados que justificassem a ligação com alguém que não fazia
parte de sua vida. Não há nenhum motivo para se manter uma conexão, engraçado,
talvez seja por isso que ela exista. – Pensava. Morria de medo de todas as
coisas novas que andava sentindo e ao mesmo tempo se perguntava como teria sido
capaz de viver tantos anos sem sentir nada daquilo.
Se
perdia de todas as formas enquanto buscava controle. Medo, inquietação,
taquicardia, desconfiança e até mesmo raiva sentia, mas ahhhhh! Como isso é
bom. – Pensava sem entender muito bem que sentido tinha tudo aquilo. A única
conclusão que chegava era de que não era capaz de viver uma ilusão, fantasiar é
uma delícia, mas a realidade a chama de volta a cada piscar de olhos. O que
fazer? – pensava. De todos os encontros e desencontros nunca foi capaz de
esquecer, a solução então é tentar fazer da fantasia uma realidade, a resposta
talvez esteja na convivência.
Andréia
Ribeiro Lemos
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